Total Eclipse of the Heart: A Balada Épica e Seus Segredos
Total Eclipse of the Heart: A Balada Épica e Seus Segredos

Total Eclipse of the Heart: A Balada Épica e Seus Segredos

Olá, amigos! Poucas canções conseguem capturar a intensidade do amor e da tragédia como “Total Eclipse of the Heart”. Há 40 anos, seu lançamento marcou uma era, dominando as paradas e vendendo impressionantes 60.000 cópias por dia, ultrapassando 6 milhões de unidades. Hoje, é lembrada como uma das baladas mais icônicas da história, ao lado de clássicos como “Alone” do Heart e “Faithfully” do Journey.

E é fácil entender o porquê: com sua versão completa se estendendo por oito minutos de pura emoção, a canção redefiniu os limites do melodrama na música pop. A trajetória da cantora por trás desse hit é ainda mais incrível, especialmente porque Bonnie Tyler não era uma aposta óbvia para o estrelato global, tendo sua carreira enfrentado desafios desde seu sucesso de 1977, “It’s a Heartache”.

Uma Virada Inesperada: Bonnie Tyler e Jim Steinman

No início dos anos 1980, Bonnie Tyler assinou com a CBS Records, determinada a fazer uma transição do pop para o rock. Impressionada pelo trabalho do produtor Jim Steinman no icônico álbum “Bat Out of Hell” de Meat Loaf, ela solicitou à gravadora que o trouxesse para seu próximo álbum.

A gravadora hesitou, pois a colaboração parecia altamente improvável. Bonnie era conhecida por cantar baladas pop suaves e emocionantes, enquanto Jim era associado ao rock teatral e extravagante. “Na época, a gravadora achou que eu era louca. Eles nunca, nem em um milhão de anos, acreditaram que isso funcionaria”, revelou Bonnie à BBC.

No entanto, em uma reviravolta inesperada, Steinman concordou em trabalhar com ela, reconhecendo o potencial inexplorado em sua voz rouca – que ele até comparou à de Janis Joplin. Durante um encontro em seu apartamento em Nova York, Jim tocou piano enquanto o cantor Rory Dodd performava “Total Eclipse of the Heart” para Bonnie pela primeira vez.

Total Eclipse of the Heart: A Balada Épica e Seus Segredos

Ela imediatamente reconheceu o quão incrível a canção era. Rory Dodd, inclusive, notou o potencial vocal de Bonnie durante as sessões de estúdio. Ele recordou: “Ele geralmente me pedia para fazer um vocal para demonstrar uma música ao artista, mas ele escreveu ‘Total Eclipse of the Heart’ como um dueto para Bonnie e eu. Ele gostava da inversão de papéis de uma voz feminina fazendo a parte rouca e um homem fazendo o tenor puro e angelical.”

O Lado Sombrio da Canção: Vampiros e Melodrama

Bonnie inicialmente pensou que a música falava sobre alguém ansiando por amar tão intensamente a ponto de se encontrar em completa escuridão, mas seu significado vai um pouco mais fundo. Em uma entrevista de 2002 ao Playbill, Jim Steinman revelou que escreveu a canção como uma história de amor vampírica.

“Seu título original era ‘Vampires in Love’ porque eu estava trabalhando em um musical de ‘Nosferatu’… Se alguém ouvir a letra, elas são realmente como falas de vampiros… É tudo sobre a escuridão, o poder da escuridão e o lugar do amor na escuridão”, explicou Steinman. Infelizmente, a versão original de “Total Eclipse of the Heart” teve que ser reduzida para menos de cinco minutos.

Bonnie acreditava que nenhuma estação de rádio tocaria a versão original por ser muito longa. “Eu a gravei em Nova York, e o jeito que Jim trabalha é que você canta a música nove vezes e decide qual take tem a melhor sensação, que acabou sendo o segundo. O único problema? Era simplesmente muito longa! A edição de rádio, cortada de oito minutos para 4:50, foi perfeita, mas partiu o coração de Jim”, disse Bonnie. Ela amava cada minuto de trabalho com ele e ficou devastada com sua morte em abril de 2021.

O Vídeo Musical Icônico e Misterioso

“Total Eclipse of the Heart” atingiu seu auge com o lançamento do videoclipe. Dirigido por Russell Mulcahy, o mesmo diretor de “Highlander”, o vídeo foi ambientado em uma escola particular de meninos, com uma atmosfera repleta de erotismo, filmado no Sanatório Holloway, nos arredores de Londres.

É rico em imagens simbólicas, como pombas em câmera lenta, poses dramáticas, ginastas, ninjas e meninos com olhos brilhantes no que parece ser um internato assombrado. Uma popular lenda urbana chegou a afirmar que o menino apertando a mão de Bonnie no final era o ex-futebolista italiano Gianfranco Zola, embora ele tenha negado pessoalmente.

Quanto a toda essa estranheza, a própria Bonnie não conseguiu explicá-la quando questionada. Incluída no álbum de 1983 “Faster Than the Speed of Night”, “Total Eclipse of the Heart” foi um sucesso número 1, liderando a Billboard Hot 100 por quatro semanas e rendendo a Bonnie uma indicação ao Grammy de Melhor Performance Vocal Pop.

Em 1997, a canção de fato se tornou parte de um musical de vampiros chamado “Dance of the Vampires”, uma adaptação teatral de Jim Steinman do filme “A Dança dos Vampiros” de 1967.

Bonnie Tyler, cujo nome verdadeiro é Gaynor Hopkins, nasceu em 8 de junho de 1951, no País de Gales. Cresceu em uma família da classe trabalhadora, onde a música era parte integrante da vida diária. Sua mãe, Elsie Hopkins, uma dona de casa, frequentemente cantava ópera em casa, influenciando-a profundamente. “Ela era muito tímida. Cantava de costas para a parede. Quando eu voltava da escola, eu a ouvia cantando do final da rua. As pessoas costumavam ficar do lado de fora da casa só para ouvi-la.”

Em 1969, Bonnie decidiu entrar em um concurso de talentos local, terminando em segundo lugar, o que a inspirou a seguir carreira na música. Depois de ser backing vocal, formou sua própria banda, adotando o nome artístico Sherene Davis, e se apresentava em clubes todas as noites.

Seu grande momento chegou em 1974, quando foi descoberta pelo caça-talentos Roger Bell. Impressionado por sua voz, ele a convidou a Londres para gravar uma demo, o que levou à sua assinatura com a RCA Records. Seus primeiros sucessos foram os singles de 1977, “It’s a Heartache” e “Lost in France”.

Em 1976, Bonnie passou por uma cirurgia para remover nódulos em suas cordas vocais, e sua recuperação demorou meses mais do que o esperado. Ela pensou que sua carreira havia terminado, mas quando finalmente se recuperou, sua voz estava mais rouca e forte do que antes, o que a ajudou em sua transição para a rainha do power-pop nos anos 80.

Durante a década de 1980, Bonnie gravou várias canções para trilhas sonoras de filmes, incluindo “Holding Out for a Hero”, tema de “Footloose”, e o single “Here She Comes” para uma restauração de “Metropolis”. Ela também teve sucessos internacionais com duetos bilíngues, como “Sem Limites Pra Sonhar” no Brasil e uma regravação de “Total Eclipse of the Heart” com Kareen Antonn, que liderou as paradas francesas por dez semanas em 2004.

Até hoje, Bonnie, aos 73 anos, vendeu mais de 20 milhões de discos mundialmente e lançou dezoito álbuns de estúdio. Ela continua gravando novas músicas e fazendo turnês. “As pessoas frequentemente perguntam se me canso de cantar ‘Total Eclipse’, mas é claro que não. Eu amo isso… Tenho orgulho de todas as músicas que fizeram sucesso. Estou aproveitando a jornada. Não estou me aposentando”, disse ela à BBC em 2023.

A história de Bonnie Tyler e de “Total Eclipse of the Heart” é verdadeiramente fascinante. Que segredos você já conhecia sobre essa balada atemporal? Compartilhe nos comentários!

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