Load Reload Metallica
Load Reload Metallica

O que NÃO sabemos sobre “Load” e “Reload” do Metallica

A decisão do Metallica de dividir o material originalmente destinado a um álbum duplo em “Load” (1996) e “Reload” (1997) sempre gerou curiosidade entre os fãs. Por trás dessa escolha, há mais do que apenas uma simples estratégia de marketing. A explicação, segundo o produtor Bob Rock, revela uma complexa combinação de fatores que envolvem o processo criativo da banda, pressões de tempo e até mesmo um convite para um festival de música.

O Lento Processo de Gravação

As sessões de gravação de “Load” e “Reload”, que ocorreram entre 1995 e 1996, foram excepcionalmente longas e complexas. Segundo Bob Rock, o principal gargalo do processo estava na finalização das vocais de James Hetfield. Em entrevista ao podcast oficial The Metallica Report, Rock descreveu a situação: “Acho que gravamos 26 faixas. Estávamos há um ano trabalhando nisso e o James Hetfield só tinha finalizado a parte vocal de, tipo, três músicas. E eu pensei: ‘isso vai levar uns cinco anos, p#rr@’. Então decidimos dividir o álbum.” A lentidão na gravação vocal, aliada a outros fatores, como os casamentos e a chegada de filhos dos membros da banda, resultou em uma mudança estratégica fundamental. A necessidade de finalizar o projeto se tornou premente, e a alternativa de um álbum duplo mostrou-se inviável. A banda precisava concluir o trabalho dentro de um tempo razoável e, consequentemente, o lançamento em dois volumes se tornou a solução mais prática.

O Impacto da Paternidade

A vida pessoal dos membros do Metallica também desempenhou um papel significativo na decisão. O período das gravações coincidiu com momentos importantes na vida pessoal dos músicos, com casamentos e nascimentos de filhos. Conforme Bob Rock relatou, essa nova realidade familiar mudou as prioridades e a dinâmica do processo de gravação. A necessidade de conciliar a vida familiar com a demanda intensa de estúdio contribuiu para o aumento do tempo necessário para a finalização das músicas. A interrupção das gravações em Sausalito se tornou inevitável, e a divisão do trabalho em dois álbuns trouxe uma maior flexibilidade e tempo para que cada integrante equilibrasse suas responsabilidades.

A Chamada do Lollapalooza

Outro fator crucial que influenciou a decisão de lançar dois álbuns separados foi o convite do Metallica para se apresentar no Lollapalooza de 1996. Lars Ulrich, baterista da banda, explicou em entrevista à Metal Hammer, em 2007, como este convite impactou as gravações: “Entramos em estúdio no verão de 1995 para gravar nosso sexto álbum como um disco duplo. Tínhamos 27 músicas compostas e gravamos todas elas durante o verão e o outono de 1995. Então, em janeiro de 1996, soubemos que o Lollapalooza estava interessado em nos ter no festival. Naquela altura, já estávamos em estúdio havia sete ou oito meses e começávamos a ficar meio entediados e um pouco inquietos. Então dissemos: ‘ok, em vez de finalizar todo esse material e lançar um disco duplo, por que não dividimos isso em dois álbuns diferentes? Lançamos um no verão, tocamos no Lollapalooza, damos uma volta rápida pelo mundo, depois voltamos, finalizamos o restante das músicas e lançamos outro disco no ano seguinte’. Esse foi o plano que fizemos em janeiro de 1996 e foi exatamente o que seguimos.” O convite para o festival acabou por acelerar o processo, impulsionando a decisão pela divisão do álbum.

As Características de “Load” e “Reload”

“Load”, lançado em 1996, apresentou uma sonoridade mais experimental, explorando elementos do hard rock, southern rock e até mesmo do rock alternativo. O álbum, com seus quase 80 minutos de duração, explorou ao máximo a capacidade de um CD, sendo o mais longo da discografia da banda. Já “Reload”, lançado no ano seguinte, continuou a explorar essa mesma veia musical, mas com um enfoque diferente nas composições. Foi também o último álbum do Metallica com o baixista Jason Newsted. Apesar das controvérsias sobre a mudança de estilo musical, ambos os álbuns obtiveram grande sucesso comercial e marcaram um capítulo importante na história da banda.

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Uma Decisão Pragmática

A decisão de lançar “Load” e “Reload” como álbuns separados não foi um capricho. Foi uma decisão pragmática, baseada em uma combinação de fatores complexos, desde a lentidão do processo criativo até o surgimento de novas responsabilidades familiares e um convite importante para um festival de música. A história da produção desses álbuns serve como uma lição interessante sobre os desafios da criação musical, a pressão da indústria fonográfica e a importância de se adaptar às circunstâncias. Para entender melhor sobre a produção musical, você pode consultar este artigo sobre [equipamentos de estúdio](https://www.sonoridade.com.br/guia-completo-de-equipamentos-de-estudio/).

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