A comunidade do metal progressivo está de luto pela perda de um de seus talentos mais influentes. Allen Blickle, co-fundador e ex-baterista da aclamada banda Baroness, faleceu aos 42 anos. A notícia, que abalou fãs e músicos ao redor do mundo, foi confirmada por amigos do artista no último final de semana, com relatos surgindo nas redes sociais no sábado, conforme noticiado pela Revolver.
A partida precoce de Allen Blickle deixou um vazio imenso. John Dyer Baizley, que fundou o Baroness ao lado de Blickle em Savannah, Geórgia, em 2003, expressou sua dor em uma tocante publicação no Instagram na segunda-feira. “Parte meu coração ter que compartilhar a notícia de que meu querido amigo, parceiro criativo e ex-colega de banda Allen Blickle nos deixou há alguns dias”, escreveu Baizley, visivelmente chocado com a perda de um amigo e colaborador de longa data.
O Legado Musical de Allen Blickle no Baroness
Desde os primórdios do Baroness, Allen Blickle desempenhou um papel fundamental na formação do som característico da banda. Sua pegada única e inovadora na bateria ajudou a moldar a identidade sonora que viria a conquistar uma legião de fãs. Ele contribuiu para a demo auto-lançada e o “First EP”, obras que pavimentaram o caminho para o sucesso que se seguiria.
Allen esteve presente nos três primeiros álbuns de estúdio do grupo, verdadeiros marcos no cenário do metal progressivo: “Red Album” (2007), “Blue Record” (2009) e o ambicioso LP duplo “Yellow & Green” (2012). Esses trabalhos são amplamente considerados clássicos, e a contribuição de Blickle é inegável, solidificando a sonoridade crua e complexa do Baroness.
O Acidente que Mudou o Rumo e a Reflexão Pessoal
A jornada de Allen com o Baroness chegou a um fim abrupto após um grave acidente de ônibus na Europa, no verão de 2012. O incidente foi devastador, deixando Blickle e o então baixista Matt Maggioni com vértebras fraturadas, enquanto John Baizley sofreu múltiplas fraturas nos membros. A gravidade dos ferimentos e o impacto psicológico levaram à sua saída da banda pouco tempo depois.
Em uma entrevista concedida à The Fader em 2013, Blickle compartilhou suas reflexões sobre a experiência traumática. Ele descreveu o acidente como muito mais do que apenas uma “experiência de quase morte”. “Isso me fez repensar muita coisa na minha vida e foi o período mais difícil pelo qual passei até agora”, declarou. Apesar da dor, Allen buscava seguir em frente: “Foi uma memória horrível, mas estou tentando não deixar que ela me defina ou me impeça de fazer o que amo. Deixe estar e siga em frente.”
A Continuidade Musical Após o Baroness
Mesmo após a traumática saída do Baroness, Allen Blickle não abandonou sua paixão pela música. Nos anos seguintes, ele permaneceu ativo na cena musical, colaborando com diversos grupos e explorando novas sonoridades. Sua versatilidade o levou a tocar com formações como ALPACA e A Place to Bury Strangers, demonstrando seu talento adaptável a diferentes estilos e propostas musicais.
Mais recentemente, Allen Blickle havia se dedicado ao grupo de soul de Los Angeles, Romantic Dividends, que lançou seu álbum de estreia, “Giallo”, em maio. Este novo capítulo em sua carreira mostrava a busca constante por novas expressões artísticas e a paixão inabalável pela criação musical. Sua trajetória serve como inspiração para muitos aspirantes a músicos e bateristas, que buscam seu lugar entre Os 10 melhores bateristas de todos os tempos. A causa da morte do músico não foi revelada até o momento.
A partida de Allen Blickle é uma perda profunda para o mundo da música. Sua contribuição para o metal progressivo e sua perseverança em seguir sua paixão, mesmo após adversidades, deixam um legado que será lembrado e celebrado por muitos anos.
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