O álbum autointitulado “The Beatles”, popularmente conhecido como The White Album, lançado em 1968, é um marco na carreira dos Beatles. Com uma coleção diversificada de músicas que abrangem uma ampla gama de estilos e influências musicais, o álbum captura a criatividade desenfreada e a dinâmica única da banda naquela época. No entanto, mesmo com suas 30 faixas, o The White Album não conseguiu conter todas as composições que emergiram durante as intensas sessões de gravação.
Neste artigo, exploraremos algumas das músicas rejeitadas do The White Album, que, embora não tenham encontrado seu lugar no álbum final, revelam um fascinante olhar para o processo criativo dos Beatles naquele período. Desde faixas que foram cedidas a outros artistas até composições que encontraram suas moradas em álbuns solos dos membros da banda, essas músicas rejeitadas são verdadeiros tesouros escondidos, adicionando profundidade e intriga à história do The White Album e ao legado dos Beatles como um todo. Vamos mergulhar nessa jornada para descobrir as histórias por trás de cada uma dessas fascinantes composições.
1 – “Sour Milk Sea” – George Harrison
Durante as sessões de gravação do álbum “The Beatles” (The White Album), George Harrison trouxe consigo a composição “Sour Milk Sea”. No entanto, em meio à profusão de músicas apresentadas pelos membros da banda, Harrison decidiu ceder a faixa a outro artista da gravadora Apple Records, Jackie Lomax. Embora descartada do álbum, “Sour Milk Sea” encontrou um lar em um dos projetos de Lomax, mostrando a generosidade e colaboração dos Beatles.
2 – “Child of Nature” – John Lennon
Uma das composições de John Lennon durante as sessões do The White Album foi intitulada “Child of Nature”. Com uma abordagem lírica inspirada por um seminário do Maharishi Mahesh Yogi, Lennon explorou temas de conexão com a natureza e espiritualidade. Embora tenha sido desenvolvida durante as sessões do álbum, a música não chegou à versão final. Mais tarde, Lennon reescreveu a letra e a melodia, resultando na icônica “Jealous Guy”, que seria lançada em seu álbum solo “Imagine”.
3 – “Junk” – Paul McCartney
Paul McCartney também trouxe várias composições para as sessões do The White Album, incluindo “Junk”. No entanto, essa canção acústica, com sua atmosfera introspectiva e melodia cativante, foi reservada para o primeiro álbum solo de McCartney. “Junk” encontrou seu lugar em seu álbum de estreia pós-Beatles, permitindo que McCartney explorasse plenamente a beleza melódica e a poesia da música.
4 – “Circles” – George Harrison
Outra música rejeitada do The White Album foi “Circles”, uma composição de George Harrison. Embora eliminada da versão final do álbum, Harrison não a deixou de lado. Anos depois, “Circles” encontrou seu caminho para o álbum de Harrison nos anos 80 intitulado “Gone Troppo”. A música passou por algumas transformações ao longo do tempo, ganhando uma qualidade teatral e uma atmosfera ligeiramente sinistra, enquanto ainda carregava a marca do talento musical de Harrison.
5 – “Not Guilty” – George Harrison
George Harrison mais uma vez se viu com uma música rejeitada do The White Album: “Not Guilty”. Embora descartada do álbum, Harrison decidiu lançar sua composição em seu álbum solo homônimo. A música passou por uma transformação, evoluindo de um roqueiro decadente para uma balada acústica melancólica, demonstrando a versatilidade e a riqueza das composições de Harrison.
6 – “What’s the New Mary Jane” – Todos os Beatles
Uma faixa bastante intrigante que acabou sendo rejeitada por unanimidade pelos Beatles durante as sessões do The White Album foi “What’s the New Mary Jane”. Essa música experimental apresentava uma abordagem sonora distinta e incomum, mas não encontrou seu lugar no álbum final. No entanto, a faixa ganhou certa notoriedade posteriormente na coleção “Anthology”, revelando o lado mais experimental e criativo dos Beatles durante essa fase turbulenta.
Embora essas músicas tenham sido rejeitadas do The White Album, elas encontraram seu caminho para outras produções dos membros da banda, demonstrando a riqueza criativa dos Beatles e a diversidade de estilos que eles exploraram ao longo de suas carreiras pós-Beatles. Essas faixas rejeitadas permanecem como testemunho das sessões de gravação complexas e prolíficas que resultaram em um álbum duplo icônico e atemporal.