Nos anos 80, o rock n’ roll era sinônimo de extravagância, guitarras furiosas e muito, muito laquê. O hair metal, ou glam metal, não era apenas um gênero musical; era um estilo de vida que tomou conta dos palcos e corações. Enquanto os vocalistas chamavam a atenção com seus carismas, eram os guitarristas que realmente incendiavam a multidão, derretendo rostos com seus solos eletrizantes e presença de palco magnética.
Eles combinavam virtuosismo técnico com um senso de espetáculo inigualável. Com guitarras que pareciam extensões de suas próprias almas, esses deuses do rock ‘n’ roll criaram alguns dos riffs mais icônicos e solos mais memoráveis da história. Que tal mergulhar nessa era dourada da música e relembrar quem foram esses mestres das seis cordas?
Os Deuses da Guitarra Hair Metal: Uma Homenagem da Audio Ink Radio
Em uma celebração ao brilho e glamour que definiram a época, a renomada Audio Ink Radio compilou uma lista definitiva. Eles elegeram os dez melhores guitarristas de hair metal de todos os tempos, aqueles que foram os mais chamativos, os mais ferozes e os mais inesquecíveis. De inovadores lendários a máquinas de riffs com batom borrado, esses músicos não apenas personificavam o estilo, mas tocavam de uma forma incomparável.
Prontos para relembrar os acordes que moldaram uma geração? Vamos aos nomes que a Audio Ink Radio considerou os verdadeiros reis da guitarra glam.
Lendas que Quebraram Paradigmas e Derreteram Faces
1. Eddie Van Halen (Van Halen)
Eddie Van Halen não apenas redefiniu o hair metal, ele reescreveu as regras de como se tocar guitarra. Sua assinatura na técnica de tapping, harmônicos cintilantes e solos cheios de atitude eram o projeto. Embora o Van Halen tivesse raízes mais no hard rock, seu estilo, som e presença de palco eram tão glamourosos que se tornaram ícones do gênero por padrão. De “Eruption” a “Hot for Teacher”, Eddie tocava com uma velocidade que deixava todos boquiabertos, mas nunca sem uma emoção profunda. Ele fazia parecer fácil e soava como ninguém mais na Terra.
2. Randy Rhoads (Quiet Riot, Ozzy Osbourne)
Antes de se tornar um mártir do metal ao lado de Ozzy Osbourne, Randy Rhoads já agitava a cena com o Quiet Riot, uma banda que ajudou a dar origem ao glam de Los Angeles. Com seu treinamento clássico e arpejos rapidíssimos, Rhoads unia elegância com um poder explosivo. Mesmo com Ozzy sendo puro heavy metal, Randy trouxe um toque de flair glam. Sua estampa de leopardo, cabelo loiro desfiado e sua Flying V de bolinhas o transformaram em um poster-boy do hair metal inicial, mas foi sua genialidade técnica e fraseado emotivo que o imortalizaram. Sim, ele estava à frente de seu tempo, mesmo com Ozzy.
3. George Lynch (Dokken, Lynch Mob)
George Lynch não apenas tocava guitarra, ele a atacava. Com um rosnado no rosto e sua ESP flamejante nas mãos, o shredder do Dokken entregava solos como um boxeador peso-pesado: agressivos, precisos e impossíveis de ignorar. “Mr. Scary” era mais que um apelido; era um aviso. O timbre de Lynch era espesso como melaço, seu vibrato era letal, e seus riffs em faixas como “Tooth and Nail” e “Into the Fire” se tornaram instantaneamente clássicos do glam metal. Perigoso nunca pareceu tão bom.
4. Nuno Bettencourt (Extreme)
O ato final do hair metal foi também um dos seus melhores. Nuno Bettencourt explodiu na cena com o Extreme, justamente quando o gênero dava seus últimos suspiros. Mas não se engane com o timing: o virtuosismo de Nuno rivalizava com os melhores. Sua forma de tocar em sucessos como “Get the Funk Out” e na balada acústica “More Than Words” mostrava uma técnica deslumbrante e sérias habilidades de composição. Sua mistura de funk, metal e pop ajudou a redefinir o que um guitarrista glam poderia ser. Bônus pelos traços marcantes que podiam cortar vidro.
5. Mick Mars (Motley Crue)
Sombrio, perigoso e um tanto misterioso, Mick Mars era o tio gótico em uma banda de lunáticos da Sunset Strip. Com seu cabelo preto e olhares gélidos, Mars não fazia poses chamativas ou chutes altos; ele deixava sua guitarra gritar. Seus riffs em “Kickstart My Heart”, “Dr. Feelgood” e “Live Wire” impulsionaram os hinos sujos do Motley Crue para estádios em todo o mundo. Enquanto seus companheiros de banda flertavam com o caos, Mars mantinha a calma, entregando licks gordurosos e bluesy que davam ao Crüe sua essência crua. Ele era o motor no carro esportivo do glam metal.
6. Slash (Guns N’ Roses)
Ok, Guns N’ Roses não era hair metal puro. Eles eram rudes demais, reais demais, obcecados demais com punk e perigo para se encaixar totalmente no molde glam. Dito isso, os primeiros dias de Slash eram encharcados de laquê e atitude, e sua forma de tocar tinha um balanço que os fãs de glam não conseguiam resistir. Das notas de abertura icônicas de “Sweet Child O’ Mine” ao fogo encharcado de blues de “Welcome to the Jungle”, Slash trouxe uma paixão crua e indomável para o mundo adjacente ao glam. Com sua cartola, calças de couro e cachos selvagens, ele era a fantasia de um deus da guitarra ambulante.
7. Vivian Campbell (Dio, Whitesnake, Def Leppard)
Antes de se tornar um nome certo em estádios com o Def Leppard, Vivian Campbell era a arma secreta do Dio, um shredder da Irlanda do Norte com velocidade, alma e habilidades espetaculares. No Whitesnake, ele adicionou um brilho polido. Mas foi seu trabalho glamouroso no final dos anos 80 e início dos 90 que mostrou sua mistura de maestria técnica e instinto melódico. Seus solos eram sempre de bom gosto, seu timbre cintilante, e sua presença de palco tão polida quanto uma nova Strat. Tocando em arenas ou no MTV Unplugged, Campbell fazia parecer fácil.
8. C.C. DeVille (Poison)
Ele não era o mais rápido. Ele não era o mais técnico. Mas quando se tratava de diversão, C.C. DeVille estava em uma liga própria. Com suas guitarras coloridas e sorriso de orelha a orelha, o guitarrista do Poison ajudou a definir o lado chiclete do glam metal. Seus solos em “Talk Dirty to Me” e “Nothin’ But a Good Time” eram chamativos, efervescentes e cheios de personalidade. DeVille levava a festa para cada palco que pisava, e enquanto os críticos zombavam, os fãs gritavam. Alto. Frequentemente. E com cabelos muito grandes.
9. Tracii Guns (L.A. Guns)
O nome pode soar familiar – sim, ele fez parte da formação original do Guns N’ Roses. Mas Tracii Guns deixou sua marca com o L.A. Guns, uma banda que misturava sujeira, glam e um puro swagger do rock ‘n’ roll. Seu timbre era rouco, seus solos cheios de ousadia e brilho, e sua atitude era puro Sunset Strip. Canções como “The Ballad of Jayne” e “Electric Gypsy” mostravam sua capacidade de ir do comovente ao arrepiante em um único verso. O bad boy do glam? Esse era, e ainda é, Tracii.
10. Tom Keifer (Cinderella)
Sim, Tom Keifer era o vocalista do Cinderella, mas não subestime suas habilidades na guitarra. Em partes iguais bluesman e roqueiro glam, Keifer trouxe um trabalho de slide soulful, solos crescentes e riffs rítmicos marcantes para cada faixa do Cinderella. Sua forma de tocar em “Nobody’s Fool”, “Shake Me” e “Gypsy Road” combinava raízes clássicas do rock com o estilo dos anos 80. E com seu rosnado rouco e sua vibe glam-gótica, ele era uma maravilha multitarefa. Um rei glam com uma Les Paul e a garganta cheia de areia.
O hair metal pode ser lembrado pelo seu brilho, o batom, a estampa de leopardo, as baladas com isqueiros no ar, mas por baixo de todo o glamour estavam guitarristas de verdadeiro talento. Esses dez músicos não eram apenas rostos bonitos com power chords. Eles foram inovadores, ícones e inspirações para uma geração. É verdade que o laquê já assentou. Mas seus solos ainda estão gritando, ecoando a energia de uma era inesquecível do rock.