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O Segredo de Abbey Road: McCartney Quase em ‘Dark Side of the Moon’

Sir Paul McCartney, um nome que dispensa apresentações, continua a moldar a música moderna com uma carreira que já dura mais de seis décadas. Aos 83 anos, o lendário Beatle, vencedor de 18 Grammys, prova que ainda tem muito a oferecer, lotando estádios com sua turnê “Got Back” pelos Estados Unidos.

Seus shows são uma verdadeira viagem no tempo, mesclando clássicos dos Beatles como “Hey Jude” e “Let It Be” com músicas de seu lançamento mais recente, “Eyes of the Storm” (2023). Recentemente, McCartney fez manchetes por um momento nostálgico: a performance completa de “Help!” pela primeira vez desde 1965.

Mas, em meio a tantos sucessos e momentos históricos, existe uma história menos conhecida que envolve McCartney e um dos álbuns mais monumentais de todos os tempos: “Dark Side of the Moon” do Pink Floyd. Uma quase-colaboração que, por pouco, mudaria a história da música.

Quando McCartney Quase Esteve em ‘Dark Side of the Moon’

Em 1972, Paul McCartney, recém-saído da efervescência dos Beatles, estava em um novo capítulo musical. Ele trabalhava em “Red Rose Speedway” com sua segunda banda, Wings, ao lado de sua então esposa, Linda McCartney, e Denny Laine. O palco para essa curiosa intersecção foi o icônico Abbey Road Studios.

Coincidentemente, no mesmo complexo de estúdios, o Pink Floyd estava imerso na gravação de seu futuro clássico. Roger Waters, o visionário frontman da banda, teve uma ideia inusitada: adicionar diálogos e respostas espontâneas de pessoas comuns ao álbum.

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A Experiência de Roger Waters em Abbey Road

“Escrevi uma série de perguntas em cartões brancos e montamos um microfone no estúdio 3 em Abbey Road”, relatou Roger Waters. As questões eram introspectivas e, por vezes, enigmáticas: “Quando foi a última vez que você foi violento?” ou “Você estava certo?”.

Waters abordava quem estivesse por perto, convidando-os a gravar suas respostas. Entre os presentes naquele dia histórico, estava ninguém menos que Paul McCartney.

No entanto, a contribuição de McCartney acabou no chão da sala de edição. Roger Waters explicou o motivo ao biógrafo do Pink Floyd, John Harris: “Ele foi a única pessoa que achou necessário atuar, o que foi inútil, é claro.”

Waters complementou: “Achei realmente interessante que ele fizesse isso. Ele estava tentando ser engraçado, o que não era o que queríamos de forma alguma.” A espontaneidade e a seriedade buscadas pelo Pink Floyd se chocaram com a veia humorística de McCartney, selando o destino de sua participação.

Um Aceno Aos Beatles, Apesar de Tudo

Apesar da exclusão da voz de McCartney, o Pink Floyd não deixou de prestar uma sutil homenagem à banda que Paul ajudou a criar. Em “Eclipse”, a faixa final de “Dark Side of the Moon”, se você prestar atenção, poderá ouvir um pequeno trecho de uma versão orquestral de “Ticket to Ride”, dos Beatles.

Acredita-se que a música dos Beatles estivesse tocando ao fundo em Abbey Road enquanto a banda gravava uma linha poética e memorável, entregue pelo porteiro do estúdio, Gerry O’Driscoll: “Não há lado escuro da lua, realmente. Na verdade, é tudo escuro. A única coisa que faz parecer claro é o sol.”

Lançado em março de 1973, “Dark Side of the Moon” não precisou da voz de McCartney para se tornar um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos. Com mais de 45 milhões de cópias comercializadas, ele passou incríveis 1.500 semanas nas paradas da Billboard nos EUA, um feito quase inigualável.

Em 2024, uma edição especial do álbum foi relançada para o Record Store Day, impulsionando suas vendas em mais de 10.000 cópias em apenas uma semana. Uma prova da atemporalidade e do impacto duradouro de uma obra-prima com mais de meio século de existência.

Todos esses anos depois, é quase impossível não imaginar como “Dark Side of the Moon” soaria com as contribuições de McCartney. Apesar de sua vasta lista de conquistas, essa permanece como uma das poucas e fascinantes oportunidades perdidas em sua carreira brilhante.

Paul McCartney, mesmo aos oitenta e poucos anos, parece estar apenas começando, pelo menos no que diz respeito à sua energia nos palcos. Sua turnê “Got Back” é uma celebração contínua de uma vida dedicada à música, e uma experiência imperdível para qualquer fã!

Esta história foi originalmente publicada pela Parade em 29 de setembro de 2025.

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