Indústria da Música em Transformação: Spotify, AI, Royalties e Mais
Indústria da Música em Transformação: Spotify, AI, Royalties e Mais

Indústria da Música em Transformação: Spotify, AI, Royalties e Mais

A indústria da música está em constante efervescência, com inovações tecnológicas e mudanças no comportamento do consumidor moldando um cenário vibrante. As últimas semanas trouxeram uma série de anúncios que sublinham essa dinâmica, desde a expansão visual de plataformas de streaming até parcerias estratégicas com inteligência artificial, passando pela proteção dos direitos dos criadores e a defesa dos espaços de shows ao vivo.

Artistas independentes e grandes gravadoras estão se adaptando e explorando novas fronteiras, prometendo um futuro onde a criatividade e a tecnologia andam de mãos dadas. Vamos mergulhar nos detalhes dessas transformações.

Streaming: O Auge do Conteúdo Visual e da Qualidade Premium

As plataformas de streaming continuam a ser o epicentro da inovação na música. O Spotify, em particular, tem demonstrado uma ambição crescente em se tornar um destino completo para conteúdo audiovisual. A plataforma agora hospeda mais de meio milhão de podcasts em vídeo, com cerca de 400 milhões de usuários já engajados. Esse número representa um aumento impressionante de 54% em relação ao ano anterior, e a tendência é de crescimento contínuo.

Em um movimento que reforça essa estratégia, o Spotify lançou videoclipes diretamente na plataforma nos EUA e Canadá, permitindo que os usuários alternem entre faixas de áudio e vídeo de forma contínua. Essa expansão veio acompanhada de um novo acordo de licenciamento direto com a National Music Publishers’ Association (NMPA), abrindo portas para editoras independentes obterem direitos audiovisuais e ganharem royalties adicionais. Essas iniciativas mostram o foco do Spotify em oferecer aos artistas novas formas de engajar fãs e monetizar seu trabalho através do visual.

Além da expansão visual, o Spotify também investiu na qualidade de áudio com o lançamento do tier Premium Platinum em cinco mercados. Essa nova opção oferece áudio lossless de 24 bits/44.1 kHz, juntamente com recursos avançados de IA, como um DJ com inteligência artificial e criação de playlists mais inteligentes. O plano acomoda até três usuários e suporta integrações com softwares de DJ em algumas regiões, mirando em audiófilos e ouvintes dedicados.

Indústria da Música em Transformação: Spotify, AI, Royalties e Mais

A colaboração entre plataformas também está em alta. A Amazon Music e o TikTok uniram forças para lançar o recurso ‘Share to TikTok’. Agora, usuários podem compartilhar diretamente músicas, álbuns, playlists e até mesmo Amazon Music Originals no TikTok. Essa ferramenta não só permite que fãs compartilhem suas preferências musicais, mas também oferece aos artistas um novo caminho para serem descobertos e alcançarem um público mais amplo através do compartilhamento impulsionado pelos próprios fãs.

Proteção de Criadores, Royalties e a Revolução da IA

O lado financeiro e a proteção da propriedade intelectual continuam sendo temas cruciais. Os royalties de compositores atingiram um recorde de US$ 13,6 bilhões em 2024, um aumento de 7,2% ano a ano. Esse crescimento foi impulsionado pelo aumento das assinaturas de streaming e preços mais altos das plataformas. Os EUA permanecem o maior mercado, enquanto a Europa Central e Oriental registrou o crescimento mais rápido.

No entanto, a CISAC (Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores) alerta que, sem proteções mais fortes, o conteúdo gerado por inteligência artificial (IA) pode ameaçar até 24% da renda dos criadores até 2028. Essa preocupação sublinha a importância de acordos como o da Warner Music Group e Suno.

As duas empresas fecharam um acordo histórico que permite aos usuários do Suno criar música gerada por IA usando as vozes, semelhanças e composições de artistas da WMG. O acordo garante que os artistas mantenham o controle por meio de um sistema opt-in, ao mesmo tempo em que geram receita de licenciamento. Isso substitui um processo judicial anterior por uma abordagem colaborativa, com a Suno também treinando futuros modelos de IA no catálogo da WMG, expandindo as possibilidades criativas.

Para proteger o conteúdo original, o Meta lançou uma nova ferramenta de Proteção de Conteúdo em dispositivos móveis. Destinada a criadores de Reels no Instagram e Facebook, a funcionalidade rastreia repostagens, notifica os criadores e permite que eles monitorem o desempenho, bloqueiem vídeos ou adicionem contas confiáveis a uma lista de permissões. Isso confere aos artistas mais controle, garante a atribuição adequada e ajuda seu conteúdo a alcançar públicos mais amplos.

Para artistas independentes, a RouteNote aprimorou seu serviço Dolby Track Mastering. Agora, o master de nível profissional é mais flexível, permitindo que os usuários personalizem formatos de saída, taxas de amostragem e profundidades de bits, ou escolham predefinições como Streaming, Qualidade de CD e MP3. Uma nova página “Your Downloads” agiliza o fluxo de trabalho, permitindo que os artistas visualizem e baixem faixas masterizadas anteriormente.

O Futuro dos Shows ao Vivo: Apoio e Acessibilidade

O cenário da música ao vivo também recebeu notícias importantes. O músico Sam Fender doou seus £25.000 de prêmio Mercury Prize para o Music Venue Trust, uma iniciativa que apoia casas de show independentes. Esse gesto ressalta sua crença de que esses pequenos locais, que nutrem artistas emergentes, foram vitais para seu próprio sucesso, especialmente com mais de 150 fechamentos desde o início de 2023. A doação de Fender segue uma contribuição anterior de £100.000 levantada durante sua turnê de arena em 2024, evidenciando a urgência de proteger esses espaços culturais.

E em uma vitória para os fãs de shows, o governo do Reino Unido planeja proibir a revenda de ingressos por mais do que o preço original. Essa medida visa combater cambistas e sites de revenda profissionais, como Viagogo e StubHub. As taxas também serão limitadas para evitar mark-ups ocultos, tornando shows, peças de teatro e eventos esportivos mais acessíveis. A iniciativa, que segue a pressão de grandes artistas, pode economizar aos fãs cerca de £145 milhões anualmente e reprime práticas exploradoras.

Todas essas notícias, de inovações tecnológicas a iniciativas de apoio, pintam um quadro de uma indústria da música que, embora desafiada, está em constante evolução. O futuro promete mais oportunidades para artistas e fãs, à medida que a tecnologia e a paixão pela música continuam a se entrelaçar de maneiras cada vez mais sofisticadas e significativas.

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