Na noite de terça-feira, 21 de outubro de 2025, a Arena Opus, na Grande Florianópolis, foi palco do primeiro show da nova turnê brasileira do Guns N’ Roses. Cerca de 28 mil fãs se reuniram por quase três horas de imersão no repertório vasto da banda. Um espetáculo que celebrou 40 anos de estrada, alternando nostalgia e paixão inabalável pelo rock.
Sob uma chuva fina que ia e vinha, a expectativa era palpável. Às 21h20min, os acordes inconfundíveis de Slash cortaram o ar, transformando a Arena Opus em pura euforia. Era o início de uma noite memorável, provando que o tempo não apaga a chama de uma das maiores bandas do rock.
A Noite É Nossa: Abertura e Energia Contagiante
A abertura com “Welcome to the Jungle” foi icônica, confirmando a energia de Axl Rose. Seus agudos potentes e a postura de frontman dominante mostraram por que ele é um ícone. Axl comandou o palco, mesmo que, em alguns momentos da maratona de 29 músicas, a voz tenha apresentado sinais de desgaste, algo característico de sua fase atual.
A formação principal, com Axl (vocais), Slash (guitarra solo) e Duff McKagan (baixo), e Isaac Carpenter na bateria, mergulhou o público em um repertório vasto. A banda demonstrou entrosamento invejável e paixão pelo rock, mantendo a energia viva até o fim. A química entre os membros originais segue sendo o coração pulsante do Guns N’ Roses.
Novidades e Emoções Inesperadas no Setlist
Um dos pontos altos foi a inclusão de músicas nunca antes ouvidas ao vivo pelo público brasileiro. Faixas como “Perhaps” e “The General” fizeram sua estreia em solo nacional, adicionando frescor ao show. Essas novidades foram um presente para os fãs, gerando burburinho entre os mais dedicados, ansiosos por novas experiências.
Além das inéditas, momentos de tributo emocionaram. Axl Rose liderou um coro de “Ozzy! Ozzy!” em homenagem a Ozzy Osbourne, falecido em julho. “I’m sure he heard you”, disse Axl, antes da banda tocar “Sabbath Bloody Sabbath”, do Black Sabbath. Foi uma homenagem sentida, conectando o Guns N’ Roses a outra lenda do rock.
Outra surpresa vocal veio de Duff McKagan, que assumiu os microfones para uma enérgica interpretação de “I Wanna Be Your Dog”, do The Stooges. Antes, Duff saudou o público com um carismático “Buenas noches, motherfuckers!” e um “Obrigado!” em português. Esses momentos de covers reforçaram a versatilidade da banda.
Clássicos Atemporais e o Clímax do Espetáculo
No entanto, foi com os clássicos que a plateia alcançou o auge. A performance de “Knockin’ on Heaven’s Door”, no meio do show, foi arrepiante, com a voz de Axl se unindo ao coro dos fãs. O solo de Slash, em outro ponto da noite, foi um show à parte, demonstrando sua maestria e genialidade com a guitarra.
O grande clímax foi reservado para o final. Os primeiros riffs de “Sweet Child o’ Mine” fizeram a Arena Opus explodir em catarse coletiva, justificando cada ingresso. O encerramento apoteótico com o hino “Paradise City” colocou um ponto final explosivo na noite, deixando a certeza de que o Guns N’ Roses ainda tem muito a oferecer.
No balanço geral, o show em Florianópolis cumpriu a promessa de reunir diferentes gerações de fãs. Muitos vieram em família ou entre amigos, unidos pela paixão por um repertório nostálgico e atemporal. A banda provou, mais uma vez, que o mito pode até envelhecer, mas seu espírito incendiário permanece intacto no palco.
Como resumiu Nely Knop, uma fã de 52 anos: “A voz do Axl não interessa, porque ele vem para fazer um show e nós temos que aproveitar. Somos privilegiados por estar assistindo um show desses”. Essa fala sintetiza a experiência: uma celebração da longevidade e da influência duradoura do Guns N’ Roses, que continua a cativar corações pelo mundo.







