Corona: A Verdade Revelada por Trás da Voz que Marcou os Anos 90
Corona: A Verdade Revelada por Trás da Voz que Marcou os Anos 90

Corona: A Verdade Revelada por Trás da Voz que Marcou os Anos 90

“The Rhythm of the Night” invadiu rádios e pistas de dança, tornando-se um dos maiores hits dos anos 90. Com suas tranças icônicas, uma mulher se tornou o rosto inconfundível de um fenômeno global: Corona. Mas por trás de todo o brilho e sucesso, um segredo ecoava. Por anos, a voz que cativava milhões nos estúdios não era exatamente a dela, gerando um mistério que perduraria por décadas. Hoje, desvendamos as verdades ocultas do projeto Corona e a incrível jornada de sua estrela, Olga Maria Desuza.

Nascida no Rio de Janeiro em 1968, Olga Maria Desuza tinha a música no seu DNA. Filha de músicos, cresceu rodeada por notas e melodias, incentivada pela mãe a aulas de balé, mesmo diante de desafios e do preconceito racial. Jovem, sonhava em explorar o mundo além das fronteiras brasileiras, buscando uma carreira na música black nos EUA no final dos anos 80. No entanto, a falta de recursos financeiros a obrigou a retornar ao Brasil.

No início dos anos 90, um encontro casual com o lendário Pelé em uma boate mudaria seu destino. Seguindo o conselho do ícone do futebol, Olga decidiu tentar a sorte na Europa. Determinada, deixou seu emprego como bancária para embarcar em um novo capítulo de sua vida. Na Itália, seu carisma e presença de palco rapidamente a destacaram em programas de televisão com o grupo Lambada Brazila, abrindo portas para o que viria a ser um sucesso estrondoso.

A Estrela Brilha: O Fenômeno Corona

Olga conta que foi descoberta cantando em uma boate pelo produtor Francesco Lee Maro, que a convidou para integrar um novo projeto musical. Em 1993, nasceu o nome Corona, e ela se tornou o rosto do videoclipe de “The Rhythm of the Night”. O hit instantaneamente conquistou o mundo, surpreendendo até a própria gravadora e liderando as paradas italianas por 13 semanas consecutivas.

O sucesso de “The Rhythm of the Night” não parou por aí. Em 1994, uma versão remixada alcançou o segundo lugar nas paradas do Reino Unido e, na primavera de 1995, dominou as baladas dos EUA, subindo para o 11º lugar na Billboard Hot 100. De 1994 a 1998, Corona viveu uma agenda frenética de performances, tornando-se tão famosa que chegou a apresentar programas de TV na Itália e na França. Durante uma dessas viagens, conheceu seu atual marido, Gianluca Milano, que a acompanharia em sua jornada.

Corona: A Verdade Revelada por Trás da Voz que Marcou os Anos 90

Após o impacto estrondoso de “The Rhythm of the Night”, outros hits se seguiram, solidificando a presença de Corona no cenário musical global. Músicas como “Baby Baby”, “Try Me Out”, “I Don’t Want to Be a Star”, “When I Give My Love” e “The Power of Love” mantiveram o ritmo contagioso e o brilho que a caracterizavam, provando que o projeto era mais do que um sucesso de uma só canção.

Por Trás da Cortina: O Segredo da Voz

Nos anos 90, o Eurodance dominou as paradas mundiais, e a Itália se tornou um dos principais polos desse movimento, com muitos grupos alcançando hits globais, Corona entre eles. Naquela época, pouco se sabia sobre os verdadeiros artistas por trás da música. O público, movido pela euforia, queria apenas dançar e colecionar os milhões de CDs vendidos, sem se aprofundar nos bastidores da produção.

Com o advento da internet, segredos antes bem guardados começaram a vir à tona. Por razões comerciais, muitos produtores optavam por colocar rostos mais vendáveis à frente das câmeras, enquanto as vozes reais permaneciam nos bastidores.

No caso de Corona, Olga Maria Desuza sempre foi o rosto carismático e a presença de palco inconfundível. Contudo, sua voz nos três primeiros álbuns — “The Rhythm of the Night”, “Walking on Music” e “And Me U” — foi substituída por cantoras profissionais como a italiana Giovana Bersera (Jenny B), a britânica Sandra Chambers (Sandy) e as irmãs americanas Natise e Bernardet Jones.

Fãs mais atentos notaram as diferenças vocais entre os lançamentos e começaram a questionar quem era a verdadeira cantora. Inicialmente, Olga rebatia os rumores como infundados, espalhados por pessoas incomodadas com seu sucesso. Com o tempo, ela passou a abordar o tema com mais abertura, admitindo sutilmente que, no início de sua carreira, não era uma cantora profissional, mas sempre fez questão de cantar ao vivo em seus shows. Afinal, foi Olga quem deu a alma, o rosto e a presença de palco ao projeto.

O Legado Perene de Olga e Corona

A partir do álbum “And Me U”, lançado em 2001, Olga começou a receber créditos vocais, embora ainda dividisse algumas faixas com backing vocals. Em 2006, ela lançou o single “Back in Time”, considerado o primeiro hit a apresentar sua voz original gravada em estúdio. Mesmo sem ter gravado os vocais dos hits originais, foi Olga quem eternizou Corona na memória coletiva, construindo uma conexão inegável com o público.

Décadas após seu maior hit, Corona permanece viva na memória do público. Olga aponta que sua presença constante na internet e em programas de TV, além dos shows ao vivo, ajudou a manter o nome relevante para fãs antigos e novos. Após um hiato de quase 10 anos na produção musical depois de 2000, ela retornou em 2013 com novos singles, como “Queen of Town”, “Stay with Me” e “We Used to Love”.

Olga escolheu a Itália como seu lar e vive em Roma há décadas com seu marido, Gianluca Milano. Hoje, aos 56 anos, Corona continua ativa, levando sua energia e carisma aos palcos de festivais e eventos nostálgicos dos anos 90. Ela celebra a música que marcou gerações, provando que sua força e a autenticidade de sua presença são atemporais, independentemente de quem estivesse no microfone no estúdio. Seu legado é uma celebração da paixão pela música e do poder do talento de uma artista completa.

Compartilhe nas redes sociais​

Facebook
Twitter
LinkedIn
WhatsApp

Artigos Recentes

Este site usa cookies para garantir que você tenha a melhor experiência em nosso portal.