Bono, o icônico vocalista do U2, já admitiu publicamente sentir inveja de uma banda: o INXS. Para muitos, essa revelação é surpreendente, considerando o sucesso estrondoso do U2. Mas a admiração de Bono pelo INXS vai além da mera competição, revelando uma profunda influência na trajetória da banda irlandesa.
O INXS: Frescor e Magnetismo em Contraponto à Seriedade do U2
No final dos anos 80, o U2, com o aclamado “The Joshua Tree”, dominava os palcos do mundo. Entretanto, sua imagem, muitas vezes descrita como séria e quase messiânica, parecia precisar de algo a mais. Era nesse contexto que o INXS, com sua energia contagiante e groove irresistível, emergia na cena musical. Liderados pelo carismático Michael Hutchence, os australianos conquistavam a atenção com seu estilo único que transitava com naturalidade entre o rock e o pop.
O lançamento de “Kick” em 1987, com hits como “Need You Tonight”, consolidou o INXS como uma força a ser reconhecida. Sua modernidade, atitude e ritmo dançante contrastavam diretamente com a imagem mais sóbria do U2, criando uma dinâmica comparativa na mídia que os colocava como rivais.
A Admiração Sincera de Bono
Apesar da rivalidade midiática, Bono nunca alimentou essa narrativa. Em entrevista ao programa australiano 60 Minutes em 2014, ele declarou abertamente sua admiração pelo INXS: “Eles eram incríveis”. A admiração, segundo Bono, ia além das canções. Ele reconhecia a inveja que sentia pela energia do INXS no palco e em estúdio, pela “linda voz de barítono” de Hutchence e pela espontaneidade do próprio líder da banda.
Bono descreveu Hutchence como “ousado, travesso”, um artista que cativava o público com naturalidade e carisma. A perda prematura de Hutchence em 1997 foi um golpe duro para Bono, que compôs “Stuck in a Moment You Can’t Get Out Of”, lançada pelo U2 em 2001, como homenagem ao colega.
A Influência do INXS na Reinvenção do U2
A influência do INXS na trajetória do U2 é inegável. A reinvenção da banda irlandesa na década de 1990, com “Achtung Baby” e a inovadora turnê Zoo TV, apresenta indícios claros da inspiração encontrada na energia e magnetismo do grupo australiano. A confissão pública de admiração de Bono demonstra que mesmo uma das maiores bandas do mundo sempre pode aprender com outras, buscando o equilíbrio entre rock, groove e carisma.
A trajetória do INXS serve como um exemplo de como a originalidade e a entrega artística podem conquistar o público e influenciar até mesmo os gigantes da música. O legado de Michael Hutchence e do INXS permanece vivo, inspirando artistas e fãs décadas depois.
O reconhecimento de Bono demonstra que a grandeza na música não reside apenas em conquistar o topo das paradas, mas também em reconhecer a qualidade e o impacto de outras bandas. A inveja de Bono, nesse caso, foi uma fonte de inspiração para o U2, e uma prova do talento inegável do INXS.
A história da admiração de Bono pelo INXS mostra como a inspiração pode surgir nos lugares mais inesperados. Para o U2, aprender com uma “banda rival” se tornou um elemento crucial em sua evolução, provando que mesmo os maiores artistas podem encontrar aprendizado nas experiências dos outros.
Para os fãs de música, essa história serve como um lembrete de que a diversidade e a singularidade são essenciais na criação artística. A admiração mútua entre bandas, mesmo aquelas que parecem opostas em estilo, enriquece a cena musical e nos proporciona experiências memoráveis.
Hoje, a admiração de Bono pelo INXS continua sendo um exemplo inspirador para artistas e fãs de música. A história da admiração entre duas bandas aparentemente rivais mostra como a inspiração e o aprendizado podem vir de fontes inesperadas, enriquecendo o cenário musical e o legado de cada artista.
Tags: U2, INXS, Bono, Michael Hutchence, Rock, Música, Anos 80, Influência Musical, Rivalidade, Admiração, Inspiração
