Kirk Hammett do Metallica revela a canção que o faz chorar incontrolavelmente

Kirk Hammett, o lendário guitarrista do Metallica, recentemente abriu o jogo sobre uma canção incomum que o leva às lágrimas. Não se trata de um clássico do rock ou uma balada sentimental conhecida, mas sim de “Junior Dad”, a faixa de encerramento do controverso álbum “Lulu”, uma colaboração de 2011 com o ícone Lou Reed.

Aos 62 anos, Kirk Hammett confessou à Rolling Stone que a intensidade emocional da música é tanta que ele simplesmente não consegue ouvi-la sem se desmanchar em prantos. Essa revelação surpreende muitos, dada a reputação do álbum e a imagem robusta da banda de metal.

A Controvérsia e a Conexão de “Lulu”

Lançado em 2011, “Lulu” foi uma aposta audaciosa que dividiu profundamente crítica e público. Baseado nas peças teatrais de Frank Wedekind, o projeto uniu o peso do Metallica com a poesia falada de Lou Reed, resultando em uma sonoridade que muitos descreveram como avant-garde metal.

A recepção foi, no mínimo, polarizada. Críticos tiveram opiniões mistas, enquanto uma parcela considerável dos fãs reagiu com confusão ou até mesmo indignação. Muitos simplesmente não entenderam a proposta artística da colaboração, esperando algo mais alinhado com o tradicional som do Metallica.

Apesar da controvérsia e do intenso backlash, Kirk Hammett mantém uma profunda afeição pelo disco. “Esse álbum significa muito para mim por uma série de razões”, afirmou o guitarrista, ressaltando a qualidade lírica do trabalho.

Para ele, as letras são poesia pura, e a oportunidade de trabalhar com Lou Reed, um artista que ele sempre admirou, foi inestimável. “Ser capaz de passar um tempo com ele e trabalhar musicalmente significou muito”, explicou Kirk Hammett, sublinhando a importância pessoal da experiência.

“Junior Dad”: O Canto que Desperta Lágrimas de Kirk Hammett

O ponto culminante dessa conexão emocional reside em “Junior Dad”. “Eu não consigo ouvir, cara. Me leva às lágrimas”, revelou Kirk Hammett sobre a faixa. Ele recorda vividamente o momento em que Reed apresentou a música a ele e a James Hetfield.

Ao final da canção, tanto Kirk quanto James estavam com os olhos marejados. Lou Reed, observando a cena na cozinha, sorriu e disse: “Eu peguei vocês, não foi?” Era evidente que a música havia atingido um ponto sensível em ambos os músicos do Metallica.

A profundidade da emoção de Kirk Hammett foi ainda mais explicada em uma entrevista anterior, em 2011, à Mojo. Ele revelou que havia perdido seu pai apenas três ou quatro semanas antes da gravação da faixa. “Tive que sair correndo da sala de controle e me peguei chorando na cozinha”, contou.

Para sua surpresa, James Hetfield entrou na cozinha na mesma condição, também em prantos. A coincidência da perda e a vulnerabilidade compartilhada solidificou o impacto arrebatador de “Junior Dad” em ambos.

O Legado e a Defesa de “Lulu”

Apesar de toda a discussão, tanto Metallica quanto Lou Reed sempre defenderam “Lulu”. Em 2011, Reed, conhecido por sua abordagem sem concessões à arte, disse ao USA Today: “Não tenho mais fãs. Depois de ‘Metal Machine Music’ [álbum de 1975], todos fugiram. Quem se importa? Eu estou essencialmente nisso pela diversão.”

Essa postura de desprezo às expectativas comerciais e foco na expressão artística foi um pilar da carreira de Reed e é um reflexo claro da audácia de “Lulu”. Sua indiferença à opinião pública reforça a integridade do projeto.

Mais recentemente, em 2023, o baterista do Metallica, Lars Ulrich, também abordou o feedback negativo dos fãs, classificando-o como “ignorância”. “Não consigo entender bem”, disse Ulrich, “mas anos depois, envelheceu extremamente bem. Ainda soa poderoso. Então, só posso atribuir a reação à ignorância.”

A visão de Ulrich sugere que o álbum talvez estivesse à frente de seu tempo, ou que a rigidez de certos fãs os impediu de apreciar a inovação e o experimentalismo que “Lulu” propunha. Ele acredita que o tempo tem sido gentil com a obra.

Enquanto o Metallica continua a lançar novos trabalhos, como o álbum “72 Seasons” de 2023, e se prepara para uma nova turnê norte-americana, a história de “Lulu” e, em particular, de “Junior Dad”, permanece como um testemunho da complexidade e da imprevisibilidade da música.

A capacidade de uma melodia e letras tocarem a alma de forma tão profunda, a ponto de fazer um guitarrista de metal chorar, é a prova do poder inabalável da arte. “Lulu” pode ter sido um divisor de águas, mas para seus criadores, e para Kirk Hammett em especial, foi uma experiência pessoal e artisticamente recompensadora.

Mesmo diante da incompreensão, o álbum se tornou um capítulo único na trajetória do Metallica, revelando uma faceta mais vulnerável e emocional de seus integrantes, através da lente da poesia de Lou Reed.

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