Ao longo de sua prolífica carreira, Billy Joel se estabeleceu como um verdadeiro “hitmaker” em série. Confiando unicamente em seu piano, ele foi capaz de criar canções atemporais que ressoaram profundamente com milhões de pessoas em todo o mundo. Suas composições não apenas alcançaram aclamação generalizada, vendendo milhões de cópias, mas também deixaram uma marca indelével nos entusiastas da música globalmente.
Entre seu vasto repertório, uma música em particular se destaca por sua notoriedade: ‘We Didn’t Start The Fire’. Esta faixa transcendeu suas origens para se tornar um hino muito querido entre os fãs, conhecida por sua lista rápida de eventos históricos.
O Hit Que Ele Menos Gosta: “We Didn’t Start The Fire”
Apesar de seu imenso sucesso e popularidade, o próprio Billy Joel não é um fã declarado de ‘We Didn’t Start The Fire’. Em uma entrevista reveladora com Howard Stern em seu programa Sirius XM em 2010, Joel não hesitou em expressar sua opinião sincera.
“Eu acho que é provavelmente a pior coisa musical que já escrevi”, disse Joel. Ele explicou sua aversão, adicionando: “Não acho que seja muita melodia.” Uma declaração surpreendente vinda do criador de tantos clássicos.
A Verdadeira Essência das Suas Composições Favoritas
Quando o assunto se volta para suas canções favoritas, Billy Joel revela uma perspectiva diferente. Ele valoriza as obras que apresentam desafios emocionais, mas que, em última análise, oferecem inúmeras recompensas. Não se trata apenas de ser um hit de rádio, mas da profundidade e ressonância pessoal.
Em uma conversa com Stephen Colbert em 2017, questionado sobre quais seriam suas músicas favoritas de Billy Joel, o cantor estava feliz em compartilhar seus pensamentos. “Essa é uma pergunta justa”, ele respondeu. “O que eu gostaria de ver eu mesmo fazer?”
Joel indicou que ele tende a preferir as faixas de álbum, aquelas que não necessariamente se tornaram singles de sucesso. Ele mencionou canções como ‘Vienna’, ‘And So It Goes’, ‘You May Be Right’ e uma música mais obscura, ‘She’s Right On Time’.
Quando pressionado por sua “canção número um”, Billy Joel inicialmente confirmou ‘Scenes from an Italian Restaurant’. No entanto, a expressão em seu rosto sugeriu que talvez ele não tivesse entendido completamente que estava classificando as faixas. Esta percepção foi confirmada quando, questionado de forma semelhante, ele apresentou uma resposta muito diferente.
“And So It Goes”: A Canção do Coração Partido
Para Joel, a verdadeira joia é ‘And So It Goes’. Ele a descreveu como sua “melhor canção”, e a explicação por trás disso é profundamente pessoal. “Meu coração estava partido”, ele confessou, “Tinha que ser sobre um coração partido.”
A emoção da música é intrínseca à sua estrutura. Billy Joel apontou que “até os acordes têm uma nota dissonante neles e muitas suspensões. A suspensão é uma nota pendurada que você quer resolver.” Essa complexidade harmônica reflete a turbulência emocional que a inspirou.
Aos olhos de Joel, a canção alcançou o equilíbrio perfeito entre tristeza e doçura. Ele explicou: “A música sinalizava que isso precisava ser algo melancólico, algo que criasse tristeza.” A inspiração veio de um relacionamento que não deu certo por incompatibilidade.
“Isso era sobre uma mulher que foi para a Europa, e quando ela voltou, não iria funcionar”, detalhou Billy Joel. Ele sabia que a linha de abertura da música seria crucial. “Uma palavra como ‘santuário’ tem uma boa ressonância”, ele observou, preparando o palco para a profundidade lírica.
As letras, particularmente no início, espelham a luta emocional que Joel deve ter sentido na época. Ele canta: “In every heart there is a room / A sanctuary safe and strong / To heal the wounds from lovers past / Until a new one comes along.” (Em cada coração há um quarto / Um santuário seguro e forte / Para curar as feridas de amantes passados / Até que um novo chegue).
Devido à sua pungência e honestidade emocional, Joel se refere a ‘And So It Goes’ como a canção da qual ele mais se orgulha. É um testemunho da capacidade da música de expressar as emoções mais íntimas.
Embora essa canção específica não tenha sido inicialmente escrita para o álbum Storm Front, Billy Joel optou por incluí-la como a faixa de encerramento. A escolha foi simbólica, representando o rescaldo tranquilo de uma tempestade, contrastando com a intensidade crescente do álbum, como o título sugere.
O título do álbum também foi inspirado na icônica frase e título de livro da jornalista televisiva Linda Ellerbee, evocando um sentido de resignação sombria frequentemente associado a essas palavras, o que harmoniza com o tom introspectivo de ‘And So It Goes’.
A música ainda teve influências adicionais. Segundo o Songfacts, ela foi moldada pela tradicional canção folclórica inglesa ‘Barbara Allen’. Joel compartilhou com Stern que ele encontrou a melodia pela primeira vez no livro Fireside Book of Folk Songs durante sua infância. Ele notou sua natureza distintiva: “É muito difícil encontrar a fórmula de compasso naquela canção”, disse ele, “é tudo com o cantor.”
Assim, a jornada de Billy Joel através de suas próprias composições revela uma preferência clara pelo significado emocional e pela complexidade lírica e harmônica sobre o sucesso comercial. Enquanto ‘We Didn’t Start The Fire’ pode ter incendiado as paradas, é em melodias como ‘And So It Goes’ que o verdadeiro coração e alma do Piano Man residem.







