Dave Mustaine e o Metallica: A Verdade por Trás da Demissão Polêmica

A história do heavy metal é repleta de lendas, e poucas são tão controversas quanto a saída de Dave Mustaine do Metallica. O guitarrista, conhecido por fundar o Megadeth, sempre manteve uma versão particular dos eventos que levaram à sua demissão da banda em 1982. Suas declarações recentes reacendem o debate, detalhando contribuições musicais significativas e os incidentes que, segundo ele, culminaram em sua expulsão abrupta, sem aviso ou segundas chances.

Para muitos fãs, a narrativa oficial é bem conhecida. Contudo, Dave Mustaine insiste que seu impacto na sonoridade inicial do Metallica foi muito maior do que se credita. As feridas, mesmo após décadas, parecem ainda abertas, e o músico não hesita em revisitar os momentos que moldaram sua carreira e a trajetória de uma das maiores bandas do mundo.

A Polêmica das Composições e o “Enter Sandman”

Mustaine não se cansa de afirmar que sua influência musical no Metallica vai muito além do que se reconhece. Ele alega ter sido o responsável por grande parte das composições que definiram o som dos primeiros álbuns. “Eu disse a eles quando saí: não usem minha música”, lembra ele. “E, claro, eles usaram.” O guitarrista aponta diretamente para “Enter Sandman”, um dos maiores sucessos da banda, sugerindo uma semelhança notável com uma música da banda Excel, provavelmente “The Joke’s on You” ou “Geopolitical Warfare”, que ele insinua ter sido inspirada em suas próprias ideias.

A lista de músicas que Mustaine reivindica é extensa e inclui pilares do catálogo inicial do Metallica. Ele menciona ter escrito grande parte de “Ride the Lightning”, “Call of Ktulu”, “Phantom Lord”, “Metal Militia”, “Jump in the Fire”, “The Four Horsemen” e até contribuições para “Leper Messiah”. “Você ouve os riffs, você sabe que são meus riffs”, desafiaDave Mustaine. A percepção de que seus solos no primeiro disco foram copiados por Kirk Hammett também é um ponto de ressentimento, alimentando a crença de que sua contribuição artística foi desvalorizada.

Para entender como outros músicos lidam com a saída de grandes bandas, confira a história de Randy Rhoads e sua decisão de deixar Ozzy Osbourne, um exemplo de diferentes caminhos após um rompimento.

Os Riffs Roubados e a Injustiça Musical

O sentimento de injustiça permeia cada palavra de Mustaine quando ele fala sobre seus créditos de composição. Ele acredita que, sem sua música, o Metallica talvez não tivesse alcançado o mesmo patamar de sucesso. A alegação de que a banda se apropriou de suas ideias musicais, especialmente riffs distintivos, é uma ferida que não cicatrizou. Dave Mustaine considera que a falta de reconhecimento por sua autoria foi um golpe severo, o que o motivou a nunca se autodenominar “ex-membro” e sim alguém que foi “demitido injustamente”.

A comparação com a banda Excel, embora não seja detalhada, reforça a convicção de Mustaine de que suas ideias foram adaptadas e utilizadas sem o devido crédito. Para ele, é um caso claro de apropriação, onde as bases musicais que ele ajudou a construir foram a mola propulsora para o sucesso estrondoso do Metallica.

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Os Motivos da Demissão de Dave Mustaine: Violência e Conflitos Internos

A demissão de Mustaine não foi apenas uma questão de diferenças musicais; ela foi profundamente marcada por conflitos pessoais e pelo comportamento errático do guitarrista. Dave Mustaine admite abertamente que sua personalidade se tornava violenta quando bebia. Ele narra um episódio em que, após um show, ele e James Hetfield foram alertados sobre um homem agredindo uma garota em um beco. Impulsionado pelo que ele descreve como um “campeão da justiça”, Mustaine interveio e imobilizou o agressor.

Outro incidente crucial envolveu o chute de James Hetfield em seu cachorro. Mustaine, que vendia maconha para sobreviver, havia tido suas drogas roubadas e estava furioso. Durante um ensaio, Hetfield chutou sua cachorra, levando Mustaine a reagir violentamente. Ele confrontou Hetfield, o que escalou para uma briga física, com Mustaine desferindo um soco no vocalista e agredindo Ron McGovney, o baixista da época. Lars Ulrich, baterista, tentou intervir, mas a situação já era insustentável. Mustaine havia avisado anteriormente que seria ele ou Hetfield na banda, dadas as tensões crescentes.

O Impacto dos Incidentes no Metallica

Esses episódios de violência, embora Dave Mustaine os apresente sob sua ótica, foram determinantes para a decisão do Metallica de dispensá-lo. James Hetfield, em particular, teria testemunhado a agressividade de Mustaine em diversas ocasiões, incluindo uma vez em Los Angeles. A percepção de que Mustaine era “violento demais” pesou na decisão do grupo, que buscava um ambiente de trabalho mais estável. A demissão, segundo Mustaine, foi sem aviso prévio, sem segundas chances, algo que ele considerou profundamente injusto e que o marcou profundamente.

A separação do Metallica deixou uma cicatriz profunda em Dave Mustaine. Ele afirma que a raiva e o desejo de não perdoar seus ex-companheiros o acompanharam por muito tempo. Contudo, essa demissão o impulsionou a criar o Megadeth, uma das maiores bandas de thrash metal, transformando a adversidade em uma nova trajetória de sucesso. A narrativa de Mustaine é um lembrete vívido de como as dinâmicas pessoais e os conflitos podem moldar a história da música, criando lendas e rivalidades duradouras.

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