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O Choque entre Titãs: Quando Steven Tyler “Esnobou” o Kiss

Paul Stanley lembra de momentos em que alguns artistas, dentre os quais Steven Tyler, se consideravam superiores para colaborar com eles.

O Kiss sempre foi uma anomalia no mundo do rock and roll. Nem todas as suas canções são obras-primas poéticas, e muitas exigem que o público desligue um pouco o cérebro. Mas o império que eles construíram é inegável. A cada apresentação, a banda entregava um espetáculo memorável. No entanto, Paul Stanley lembra de momentos em que alguns artistas se consideravam superiores para colaborar com eles.

A grandiosidade dos shows do Kiss, com fogos, canhões e performances teatrais extremas – cuspir sangue e respirar fogo, por exemplo – podia ser vista como um “circo” por alguns músicos mais tradicionais. Enquanto grandes nomes do rock geralmente deixavam a música falar por si só, a estética do Kiss, inspirada em quadrinhos, criava um ambiente único, porém, potencialmente “tóxico” para outras bandas.

A energia avassaladora do Kiss muitas vezes eclipsava os atos que se apresentavam depois deles. Bandas como o Blue Öyster Cult, por exemplo, frequentemente tinham dificuldades em conquistar a atenção do público após a explosão de pirotecnia e performances intensas do quarteto mascarado. Porém, existe também a ideia de que os melhores artistas não precisam de tanta teatralidade para criar música memorável.

A Rivalidade com o Aerosmith: Um Encontro de Titãs

O próprio Kiss nunca se considerou o grupo de músicos mais habilidosos do mundo, e a profundidade lírica de músicas como “Christine Sixteen” é questionável. Mas, na visão de Steven Tyler, do Aerosmith, não havia nada que o Kiss fizesse que o Aerosmith não fizesse melhor. Embora o Kiss tivesse mais espetáculo, Steven Tyler era uma força da natureza no palco, um performer visceral e carismático.

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Apesar de algumas colaborações e encontros na década de 1970, a relação entre as bandas não foi sempre harmoniosa. Em uma turnê conjunta mais recente, Paul Stanley revelou a tensão com Steven Tyler: “Fizemos uma turnê em que tudo era 50/50, mas Steven insistia em fechar o show. Ele tinha um certo… desprezo, uma certa arrogância em relação ao Kiss. Ver ele se apresentar para um público pouco animado depois da gente não foi desagradável.”

A Visão Diferente de Joe Perry

Curiosamente, a rivalidade não era compartilhada por todos os membros das bandas. Joe Perry, guitarrista do Aerosmith, sempre se deu bem com os integrantes do Kiss, chegando ao ponto de pedir emprestado as botas do “Demon” (Gene Simmons) para uma participação surpresa no palco, tocando “Strutter”.

Apesar do atrito entre Steven Tyler e Stanley, é inegável o talento de ambos os vocalistas. Steven Tyler sempre foi um ícone, com uma presença cativante no palco. A energia que ele emanava ao cantar “Dream On” era tão impactante quanto a destruição de uma guitarra de Paul Stanley no final de um show do Kiss.

Banda Kiss

O choque de personalidades e estilos entre duas das maiores bandas de rock da história ilustra a complexa dinâmica do mundo da música. Enquanto o Kiss construiu seu sucesso através do espetáculo e da grandiosidade, o Aerosmith apostou na força da música e da performance individual de seu vocalista. Ambas as estratégias, apesar de diferentes, se mostraram vitoriosas, cimentando o lugar de ambas as bandas na história do rock.

A história da rivalidade entre o Kiss e o Aerosmith serve como um lembrete de que o sucesso na indústria musical não depende apenas de talento, mas também de personalidade, estratégia e, muitas vezes, de uma boa dose de sorte e timing. E, claro, de saber lidar com egos.

Em resumo, a história da relação entre o Kiss e o Aerosmith ilustra como diferentes abordagens artísticas podem coexistir e, às vezes, colidir no mundo competitivo do rock and roll. O legado de ambas as bandas permanece intocado, demonstrando que o sucesso pode ser alcançado por caminhos distintos.

Tags: Kiss, Aerosmith, Paul Stanley, Steven Tyler, Rock and Roll, Música, Rivalidade, Show Business, Turnê, Anos 70

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