Lady Gaga, a multifacetada artista global, abriu o jogo sobre um dos períodos mais desafiadores de sua vida: a crise psicótica que enfrentou após as filmagens de “A Star is Born”. A cantora, que esteve sob medicação de lítio durante a produção do aclamado filme, revelou os detalhes em uma entrevista sincera à Rolling Stone, chocando fãs e levantando importantes discussões sobre a pressão na indústria do entretenimento.
A experiência intensa de mergulhar na personagem Ally Maine, somada a um ritmo de trabalho exaustivo, culminou em um esgotamento mental severo. “Eu me sinto muito sortuda por estar viva”, desabafou Gaga, destacando a gravidade de sua situação e a importância de buscar ajuda profissional em momentos de fragilidade extrema.
O Caminho Para a Recuperação: De um Fundo do Poço ao Amor
Após o término das filmagens de “A Star is Born”, Lady Gaga embarcou na sua turnê mundial “Joanne”. Foi durante esse período que ela descreve ter atingido seu ponto de ruptura. A cantora precisou cancelar a turnê e buscar atendimento psiquiátrico urgente, chegando a ser hospitalizada.
“Houve um dia em que minha irmã me disse: ‘Eu não vejo mais minha irmã’”, relembrou Lady Gaga, ilustrando a profundidade de sua desconexão. Ela confessou que “simplesmente desabou” e não conseguia fazer nada, sentindo um medo real de que nunca mais se recuperaria. Essa fase marcou um ponto de virada crucial em sua jornada pessoal.
Apesar da intensidade das filmagens, Lady Gaga também estava imersa em outros projetos de grande porte. Ela não apenas estrelou ao lado de Bradley Cooper, o que lhe rendeu duas indicações ao Oscar, mas também foi a atração principal do Super Bowl Halftime Show e lançou seu álbum “Joanne”. Além disso, a exaustiva turnê de imprensa para o filme se estendeu até o Oscar em fevereiro de 2019, onde a artista venceu pela canção “Shallow”.
A Redescoberta do Equilíbrio e Novos Desafios Artísticos
Com o tempo e o processo de cura, Lady Gaga encontrou um novo equilíbrio e, mais importante, o amor. Seu noivado com Michael Polansky, com quem começou a namorar em 2020, foi fundamental em sua recuperação. “Estar apaixonada por alguém que se importa com quem eu realmente sou fez uma grande diferença”, disse a cantora, evidenciando o poder dos relacionamentos saudáveis.
Gaga descreve-se hoje como uma “pessoa saudável e completa”. Essa renovação pessoal a impulsionou para novos projetos artísticos, incluindo o aguardado “Joker: Folie à Deux”, a sequência do aclamado “Coringa”, onde atuou ao lado de Joaquin Phoenix. Embora o filme de 2024 não tenha atendido às expectativas de críticos e público, com uma abertura doméstica de US$ 37,8 milhões, Gaga manteve sua perspectiva resiliente.
A reação negativa em torno de “Joker” não a deixou indiferente, mas a cantora encontrou uma forma única de processar a experiência. “Quando [a negatividade] começou a acontecer, comecei a rir”, confessou Gaga. Ela explicou que “era só que estava ficando tão descontrolado”, e que o impacto era maior por ter dedicado “muito de si mesma” ao projeto. Essa fase de crítica, paradoxalmente, a fez sentir-se “artisticamente rebelde”.
Canalizando essa energia, Gaga transformou a negatividade em arte. Seu videoclipe de “Disease”, o primeiro single de seu mais novo álbum, “Mayhem”, é um testemunho de sua capacidade de reinvenção. “Eu coloquei tanta dessa energia naquele vídeo. Eu estava naquele lugar, sabe, eu estava tipo, ‘Eu vou te mostrar quem eu sou, e eu vou te mostrar como é essa luta’”, afirmou a artista.
E a luta de Lady Gaga, sem dúvida, tem sido vitoriosa. À medida que se aproxima o Grammy Awards de 2026, a cantora é a segunda artista mais indicada da noite, com impressionantes sete indicações. Seu álbum “Mayhem” foi nomeado para Álbum do Ano, enquanto o mega-sucesso “Abracadabra” – que estreou durante o Grammy do ano anterior – garantiu indicações para Gravação e Canção do Ano. Nada parece capaz de parar Lady Gaga em sua jornada contínua de superação e sucesso.
