Na noite de 22 de julho de 2025, poucas horas após o anúncio da morte de Ozzy Osbourne, a “Madre Monstro” Lady Gaga prestou uma homenagem profundamente pessoal e artisticamente expressiva ao falecido frontman do Black Sabbath durante seu concerto em São Francisco. O tributo de Gaga não foi apenas um gesto de respeito entre pares, mas uma demonstração vívida do impacto atemporal e multifacetado que Ozzy, o “Príncipe das Trevas”, teve em artistas de diversos gêneros e gerações.
‘Crazy Train’ e a Essência de Ozzy no Palco de Gaga
O show, que ocorreu no Chase Center, na vibrante cidade californiana, se transformou em um palco para um adeus emocionante a um ícone. Lady Gaga, conhecida por suas performances teatrais e sua capacidade de transcender rótulos musicais, encerrou sua apresentação de uma maneira que reverberou a essência de Ozzy. À medida que todo o elenco e a equipe de sua turnê faziam suas reverências finais, o sucesso solo de Ozzy, ‘Crazy Train’, foi estrondosamente tocado pelos alto-falantes da arena. A escolha desta faixa icônica não foi aleatória; ‘Crazy Train’ é um hino de força e determinação, capturando a energia e o espírito indomável que Ozzy personificava. O som da guitarra potente e dos vocais característicos de Ozzy preencheu o espaço, proporcionando um momento de catarse e celebração coletiva.
Além do impacto sonoro, Gaga também prestou uma homenagem visual. Em um outro momento durante o concerto, ela foi vista vestindo uma camiseta de Ozzy Osbourne. Este ato simples, mas poderoso, foi outra demonstração de honra ao “falecido pioneiro do metal”. Vestir a camiseta não era apenas um sinal de luto, mas um endosso público e uma afirmação da influência de Ozzy em sua própria identidade artística.
A família de Osbourne havia anunciado sua morte em uma declaração no dia 22 de julho, expressando “mais tristeza do que meras palavras podem transmitir” e confirmando que ele estava “com sua família e cercado de amor”. Eles também pediram privacidade e não revelaram a causa da morte, um pedido que a comunidade musical e o público em geral respeitaram.
Lady Gaga: Uma Fã de Metal Confessa e Admiradora de Ozzy
A homenagem de Lady Gaga em São Francisco foi parte de uma onda global de tributos. Coldplay, por exemplo, fez um cover de ‘Changes’ do Black Sabbath em Nashville, enquanto Alice Cooper liderou sua multidão em um cântico do nome de Osbourne em Cardiff. Ghost dedicou seu concerto no Madison Square Garden ao lendário roqueiro, e Elton John compartilhou uma mensagem sincera no Instagram. Essa cascata de homenagens destacou a amplitude do impacto de Ozzy, alcançando artistas de diferentes vertentes do espectro musical.
O que tornou o tributo de Lady Gaga ainda mais ressonante foi sua confessa conexão pessoal com o mundo do metal e do rock. Ela revelou ter trabalhado em um “bar de metal por anos” e foi “go-go dancer em clubes de rock’n’roll”. Mais do que isso, ao fazer uma tatuagem de uma “pata de monstro” na noite anterior, ela estava ouvindo uma playlist de gigantes do gênero: “Iron Maiden, Black Sabbath, Metallica, AC/DC, Judas Priest”. A paixão de Gaga pelo metal é palpável, e ela chegou a nomear ‘Black Sabbath’, do álbum de estreia homônimo da banda de 1969, como sua música de metal favorita. Com um entusiasmo característico, ela exclamou: “Preciso escrever uma música chamada ‘LADY GAGA’, é a coisa mais metal que você pode fazer!”. Essa paixão autêntica e seu profundo conhecimento da discografia de Ozzy e do gênero em si adicionaram uma camada de significado à sua homenagem, mostrando que ela não era apenas uma colega, mas uma verdadeira fã.
A Última Performance e um Legado Contínuo
Ainda em vida, Osbourne fez sua última aparição no palco apenas algumas semanas antes de seu falecimento, no show “Back to the Beginning” em Villa Park, Birmingham. Neste evento histórico, além de realizar um set solo, ele se reuniu com a formação original do Black Sabbath – Bill Ward, Tony Iommi e Geezer Butler – pela primeira vez em mais de 20 anos. O concerto não apenas proporcionou uma despedida grandiosa em sua cidade natal, mas também arrecadou quase 200 milhões de dólares para caridade. Apesar de seus problemas de saúde, que o obrigaram a se apresentar de um trono, o show foi um “espetáculo de rock”, um testamento à sua resiliência e paixão inabalável.
O tributo de Lady Gaga a Ozzy Osbourne em São Francisco foi um lembrete poderoso de que a música transcende gêneros e gerações. Ao tocar ‘Crazy Train’ e usar a camiseta de Ozzy, Gaga não apenas honrou um ícone, mas também celebrou a contínua influência de Osbourne no panorama musical global. A devoção da “Madre Monstro” ao “Príncipe das Trevas” é um eco do impacto duradouro de Ozzy, que continua a inspirar artistas a serem audaciosos, autênticos e, acima de tudo, a fazerem sua própria “coisa mais metal”. O espírito de Ozzy Osbourne, assim como um trem desgovernado, continua a avançar, imparável e inesquecível, através do tempo e do espaço da música.
