Escândalo Dogma: Kim Jennett Revela 'Contrato de Escravidão' e Abusos
Escândalo Dogma: Kim Jennett Revela 'Contrato de Escravidão' e Abusos

Escândalo Dogma: Kim Jennett Revela ‘Contrato de Escravidão’ e Abusos

A banda feminina de hard rock Dogma está novamente sob os holofotes, mas desta vez, por razões nada animadoras. Uma crescente onda de ex-membros tem se manifestado publicamente, denunciando a gestão do grupo e as práticas controversas por trás das cortinas. As acusações incluem manipulação, gaslighting, maus-tratos e contratos altamente questionáveis. Esta semana, Kim Jennett, uma artista que quase assumiu o papel de Lilith em 2024, trouxe à tona sua própria experiência, revelando detalhes chocantes que pintam um quadro ainda mais sombrio da realidade da banda.

O Crescimento das Denúncias Contra a Gestão Dogma

A controvérsia começou a ganhar força em 26 de outubro, quando a ex-vocalista Grace Jane Pasturini (Lillith II) e as ex-guitarristas Amber Maldonado (Lamia II) e Patri Grief (Rusalka) publicaram um comunicado conjunto. Elas acusaram a empresa de gestão da Dogma de controlar o grupo e tomar “decisões unilaterais” que prejudicavam os membros recrutados. Segundo elas, os músicos eram meros instrumentos, sujeitos a trocas sem aviso.

Dias depois, Patri Grief compartilhou um depoimento pessoal ainda mais detalhado. Ela alegou ter sido manipulada para comprar equipamentos desnecessários, sentindo-se constantemente subvalorizada, apesar de seu esforço extra. A situação escalou quando a gestão não providenciou o visto adequado para sua turnê nos Estados Unidos. Grief e outra colega foram detidas por cerca de dois dias ao tentar entrar no país e, em seguida, deportadas.

O mais alarmante, segundo Grief, é que durante sua detenção, ela foi substituída na banda sem aviso prévio e, chocantemente, solicitada a ensinar as partes de guitarra para sua sucessora. Essa narrativa de descartabilidade e falta de respeito pelos músicos começou a delinear um padrão preocupante, preparando o terreno para as revelações de Kim Jennett.

Kim Jennett Expõe o “Contrato de Escravidão”

Kim Jennett, que recebeu uma oferta para ser a nova Lilith da Dogma em 2024, decidiu recusar a proposta após analisar o que descreveu como um “contrato altamente desfavorável”. Em sua declaração no Facebook, ela expressou solidariedade às outras mulheres, afirmando que elas podem estar legalmente impedidas de compartilhar certos aspectos de suas histórias. Jennett destacou que, como mulheres na música, é crucial apoiar umas às outras e expor tais práticas.

Escândalo Dogma: Kim Jennett Revela 'Contrato de Escravidão' e Abusos

Desde o primeiro contato, Jennett percebeu que a Dogma não era uma banda, mas sim uma “marca”, uma criação e curadoria da gestão. Os músicos, apesar de seu imenso trabalho e dedicação, estavam essencialmente interpretando um papel. A cantora enfatizou que o mais perturbador é o anonimato: as mulheres são mascaradas, silenciadas e controladas por contratos que as impedem de falar, sob ameaças legais.

O contrato que lhe foi enviado foi um dos mais ofensivos que ela viu em 15 anos de carreira. Seu advogado o descreveu como “essencialmente trabalho escravo”. Jennett lamentou que muitos artistas não tenham acesso a aconselhamento jurídico e não culpou as mulheres que assinaram, pois foram “vendidas a um sonho“, manipuladas com falsas promessas e esperança.

Detalhes Chocantes do Contrato

Jennett listou cláusulas específicas que a fizeram desistir:

  • Propriedade de voz e imagem: O contrato permitia que a empresa utilizasse a voz, gravações, imagem e caracterização da artista “em perpetuidade”, mesmo após sua saída. Isso incluía o uso de IA para replicar os membros, o que, segundo Jennett, já estaria acontecendo com as ex-integrantes.
  • Anonimato e silêncio total: As artistas eram obrigadas a se apresentar sob anonimato e não revelar suas identidades publicamente. Qualquer violação resultaria em ação legal, mantendo as mulheres “amordaçadas” e legalmente impedidas de contar sua verdade.
  • Salário irrisório e sem royalties: A artista receberia apenas $100 por apresentação, sem direito a royalties ou qualquer compensação por contribuições criativas. Jennett considerou isso uma “piada” e “exploração”, especialmente quando a gestão lucrava milhares com mercadorias e vendas de ingressos.
  • Poder unilateral e ameaças legais: A empresa se reservava o direito de substituir a artista a qualquer momento, por qualquer motivo, sem aviso ou compensação, enquanto a artista não podia rescindir o contrato sem consentimento da gestão, criando uma armadilha legal e financeira.
  • Custas judiciais para a artista: Se algo desse errado, mesmo por culpa da gestão, a artista deveria indenizar a empresa por todas as despesas legais, um exemplo claro de “abuso financeiro e manipulação”.

Jennett lutou por meses, tentando incluir uma seção sobre direitos humanos básicos, como proteção contra abuso e exploração sexual, e o direito de rescindir o contrato em caso de violação. No entanto, essas cláusulas foram imediatamente retiradas pela gestão, que recuou quando ela insistiu que seus direitos humanos eram inegociáveis. Para ela, a banda prega “autenticidade, liberdade e expressão”, mas oferece contratos que destroem esses mesmos princípios.

Implicações para a Indústria Musical e o Apelo à Solidariedade

A frase oficial da Dogma, “Dogma é maior que uma pessoa”, segundo Jennett, resume a mentalidade por trás da exploração: músicos são tratados como descartáveis. Infelizmente, no cenário atual da indústria, há tantos artistas buscando trabalho que a banda provavelmente continuará com novas formações, perpetuando o ciclo de exploração de mais mulheres “escondidas” por trás de uma máscara de “mistério”.

Kim Jennett está falando por aqueles que não podem, com provas de mensagens, gravações de chamadas e todos os contratos para apoiar suas alegações. Ela faz um apelo: “Se você se importa com as mulheres na música, pare de apoiar sistemas que se escondem por trás do empoderamento enquanto lucram com o silêncio.” Jennett se solidariza com Grace, Amber e Patri, pedindo que o público reflita sobre quem realmente está apoiando e que tipo de indústria está ajudando a sustentar. Até o momento, as redes sociais oficiais da Dogma não responderam às últimas declarações de Jennett e Grief, tendo apenas emitido uma resposta inicial às primeiras reivindicações.

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