McCartney Revela: A Amizade Oculta entre Beatles e Rolling Stones
McCartney Revela: A Amizade Oculta entre Beatles e Rolling Stones

McCartney Revela: A Amizade Oculta entre Beatles e Rolling Stones

Por décadas, o imaginário popular pintou um quadro de intensa rivalidade entre as duas maiores bandas britânicas de todos os tempos: The Beatles e The Rolling Stones. De um lado, os ‘garotos bonitinhos’ de Liverpool; do outro, os ‘bad boys’ de Londres. No entanto, o que Paul McCartney revelou recentemente desmascara completamente essa narrativa, expondo uma surpreendente e sincera camaradagem que desafia tudo o que pensávamos saber.

Longe dos holofotes e das manchetes sensacionalistas, existia uma relação de respeito e, acima de tudo, amizade entre os membros dessas lendas do rock. O próprio McCartney descreveu o ambiente como “muito amigável”, uma declaração que certamente chocará muitos fãs que cresceram acreditando na existência de uma guerra fria entre os dois grupos.

Uma Rivalidade Que Nunca Existiu?

Paul McCartney, o gênio por trás de sucessos atemporais como “Let It Be” e “Yesterday”, confessou que a ideia de uma grande rivalidade era, na verdade, um mito. Segundo ele, as duas bandas não só se respeitavam profundamente, mas também colaboravam ativamente para evitar conflitos de agenda, garantindo que o sucesso de um não ofuscasse o do outro.

Imagine a cena: um telefonema entre os estúdios, um aviso cordial. McCartney relatou que, se os Beatles tivessem um disco programado para 28 de agosto, eles ligariam para os Stones para perguntar sobre os planos de lançamento. Se os Stones tivessem algo saindo em 17 de agosto, eles gentilmente adiariam seu lançamento. Ou, se necessário, adiantariam o próprio para dar espaço aos amigos.

Essa prática, quase impensável no cenário competitivo da indústria musical atual, demonstra o grau de consideração que existia entre eles. Era uma época diferente, onde a ajuda mútua parecia ser a norma, e não a exceção. A competição existia, claro, mas era saudável, um motor para a excelência, e não uma fonte de inimizade.

McCartney Revela: A Amizade Oculta entre Beatles e Rolling Stones

O ambiente era tão descontraído que os membros das bandas frequentavam as casas uns dos outros. McCartney recorda uma noite em que estava na casa de Mick Jagger e Keith Richards. Os dois voltaram do estúdio e tocaram uma nova gravação para ele. A canção? Nada menos que “Ruby Tuesday”, um dos maiores clássicos dos Rolling Stones. A reação de Paul foi genuína: “Gostei dessa!” Era a prova de que a admiração artística superava qualquer suposta disputa.

Quando a Ajuda Veio em Forma de Canção

Talvez a história mais emblemática dessa colaboração discreta envolva uma música que se tornou um dos primeiros e mais importantes sucessos dos Rolling Stones. McCartney narrou um encontro fortuito em Londres no início dos anos sessenta que mudaria o curso da carreira dos Stones.

Ele e John Lennon caminhavam pela Charing Cross Road quando foram surpreendidos por um táxi. Nele estavam Mick Jagger e Keith Richards, que os convidaram para uma carona. Dentro do táxi, Jagger revelou a grande novidade: os Stones haviam conseguido um contrato de gravação com a Decca. Os Beatles prontamente os parabenizaram, reforçando o clima de celebração e apoio mútuo.

Nesse mesmo encontro, Mick, com a empolgação e a pressão de um novo contrato, perguntou a John e Paul: “Vocês teriam uma música?” Os Beatles, já estabelecidos e com um álbum recém-gravado, tinham uma ideia. Paul sabia que os Stones gostavam de blues e rhythm and blues, de artistas como Bo Diddley.

Foi então que Paul McCartney se lembrou de uma música que eles tinham para o álbum “With The Beatles”, mas que não seria lançada como single pelos Fab Four. Ele descreveu-a como uma “música do Ringo”, uma canção que se encaixaria perfeitamente no estilo dos Stones. Essa música era “I Wanna Be Your Man”.

John e Paul a escreveram especificamente para o baterista Ringo Starr cantar no álbum, e pensaram que poderia ser o empurrão que os Stones precisavam. E assim foi. “I Wanna Be Your Man” se tornou o primeiro single oficial dos Rolling Stones, um sucesso imediato que os catapultou para o estrelato, tudo graças à generosidade e visão de seus “rivais” dos Beatles.

Desmistificando a Imagem Pública

A percepção de uma rixa amarga, com os “Beatles fofos” e os “Stones cabeludos e desregrados”, era muito mais uma construção midiática do que uma realidade. McCartney insiste que, na verdade, eles eram muito semelhantes em gostos musicais, estilo e até mesmo na forma de se vestir. As diferenças eram superficiais, enquanto as semelhanças e o respeito mútuo eram profundos.

Ao longo da história do rock, poucas bandas alcançaram o nível de impacto e longevidade de The Beatles e The Rolling Stones. E é fascinante descobrir que, por trás da cortina de uma suposta rivalidade, existia uma verdadeira irmandade. Uma amizade que não só impulsionou o sucesso de ambos, mas também moldou a música que amamos hoje. A verdade é que, no palco ou fora dele, lendas ajudam lendas.

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