Led Zeppelin
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A Famosa Música do Led Zeppelin que se Tornou uma Grande Afronta a John Paul Jones

Jimmy Page, ao formar o Led Zeppelin, tinha uma visão clara do som que queria alcançar. Inspirando-se em sua experiência com os Yardbirds, ele buscava uma fusão única de blues, hard rock e momentos acústicos, contrastando constantemente passagens pesadas com outras mais suaves. Seu objetivo era criar algo completamente inédito, uma marca registrada inconfundível do grupo. Esta ambição, que se tornou realidade com o sucesso estrondoso da banda, gerou também algumas tensões internas, como no caso de “No Quarter”, uma canção que se tornou um símbolo dessa complexa relação entre os membros da lendária banda.

Os Primeiros Ensaios e a Colaboração Criativa

Os primeiros ensaios foram tímidos, mas a sintonia entre os quatro membros rapidamente se estabeleceu, e o som idealizado por Page começou a tomar forma. A partir daí, cada integrante passou a contribuir ativamente, trazendo suas próprias ideias que moldaram o repertório do Led Zeppelin. Muitas músicas refletem essa colaboração direta de todos os músicos, não apenas de Page e Plant.

John Paul Jones, embora mais discreto, desempenhava um papel crucial como baixista e arranjador. Ele mantinha a base rítmica coesa e, ao mesmo tempo, era uma peça fundamental no processo criativo. Foi Jones, por exemplo, quem compôs “Black Dog” durante uma viagem de trem e desenvolveu a ideia inicial de “No Quarter”, música que o levou a trocar o baixo pelo piano nas apresentações ao vivo.

“No Quarter”: Uma Canção Icônica e um Símbolo da Identidade Musical de Jones

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“No Quarter” rapidamente se tornou um elemento essencial dos shows do Led Zeppelin. A faixa permitia extensos improvisos, destacando o lado atmosférico da banda e proporcionando a Jones momentos especiais no palco. A canção foi abraçada pelo público e se tornou uma das marcas registradas do músico dentro do Led Zeppelin.

A Reunião de Page e Plant e a Decepção de Jones

Na década de 1990, quando Page e Plant decidiram se reunir para um projeto em dupla, Jones ficou sabendo e não se opôs inicialmente. Ele imaginava, no entanto, que trabalhariam em material inédito. Sua decepção foi imensa ao descobrir que eles iriam revisitar o repertório do Led Zeppelin e, pior ainda, nomearam o projeto de “No Quarter”.

Essa escolha de nome foi interpretada por Jones como um golpe pessoal. Não apenas estavam tocando músicas da banda sem sua participação, como estavam usando o título de uma das composições mais intrinsecamente ligadas à sua identidade musical. Page e Plant ainda regravaram a faixa e a incluíram nas apresentações, reforçando a sensação de que Jones havia sido deixado de lado.

Uma Resposta Sutil, Mas Afiada

Embora Jones tenha negado posteriormente a existência de qualquer ressentimento, anos depois, durante a cerimônia de entrada do Led Zeppelin no Rock and Roll Hall of Fame, ele aproveitou o microfone para fazer uma observação sutil, mas incisiva: “Gostaria de agradecer aos meus amigos por finalmente se lembrarem do meu número de telefone”. A frase, recebida com risos, deixou claro para todos que ainda existia algum ressentimento. Este episódio demonstra que, mesmo em uma banda tão lendária quanto o Led Zeppelin, as tensões nos bastidores podiam ser tão significativas quanto as músicas que conquistaram gerações.

O Legado de uma Banda Lendária

A história de “No Quarter” e a reação de John Paul Jones servem como um lembrete de que a criatividade e o sucesso de uma banda muitas vezes escondem complexidades humanas e tensões internas. Apesar disso, o impacto duradouro da música do Led Zeppelin e a contribuição inegável de cada um de seus membros permanecem inquestionáveis. A canção continua a ser celebrada como um clássico atemporal, mesmo que sua trajetória revele um lado mais delicado e menos glorificado da trajetória de uma das maiores bandas de rock da história. A história do Led Zeppelin é repleta de momentos icônicos, mas também de nuances e tensões, revelando a complexidade inerente à criação artística coletiva.

A Percepção da Música: Mais do que um Riff

A música em si, ultrapassa a sua composição e arranjo, representando um marco na história do rock. Sua riqueza melódica e harmônica, somada à performance impecável dos músicos, resultou numa canção capaz de transcender gerações. A complexidade da composição, em especial a interação entre a linha de baixo e o teclado, ilustra perfeitamente a genialidade de John Paul Jones.

A controvérsia envolvendo a “No Quarter” no projeto de Page e Plant adiciona outra camada à já rica história da banda. A escolha do nome demonstra uma falta de sensibilidade e reconhecimento do papel fundamental de Jones no sucesso do Led Zeppelin. A frase icônica de Jones no Rock and Roll Hall of Fame permanece um momento marcante, que revela que mesmo os maiores mitos do rock não estão imunes a conflitos internos.

A história de “No Quarter” transcende o simples ato de tocar música, tornando-se uma metáfora da dinâmica complexa e, muitas vezes, tumultuada das relações interpessoais em ambientes criativos. Apesar das tensões, o legado musical do Led Zeppelin permanece como um marco na história do rock, e “No Quarter” como um testemunho da genialidade e da complexidade da banda.

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