Paulo Miklos, ícone do rock nacional e ex-integrante dos Titãs, está com a agenda cheia de projetos que prometem movimentar o cenário musical brasileiro nos próximos anos. Enquanto prepara meticulosamente seu quinto álbum solo de estúdio, previsto para 2026, o artista surpreende o público com uma inesperada e fascinante parceria.
Trata-se de um encontro musical com a talentosa Papisa, que culminou no lançamento de um single duplo. Este trabalho, que marca uma nova fase na carreira de Miklos, chega às plataformas digitais no dia 5 de dezembro, apresentando duas músicas inéditas, “Maremoto” e “São paisagens, novas descobertas”, ambas compostas e gravadas em um processo colaborativo intenso e inspirador. Essa união de vozes e forças promete trazer frescor e profundidade ao cenário musical contemporâneo.
A Gênese de uma Parceria Inesperada
A história por trás do single duplo é tão rica quanto as próprias canções. Tudo começou com um convite feito por Papisa – nome artístico da cantora, compositora, multi-instrumentista e produtora musical paulistana Rita Oliva. Ela convidou Paulo Miklos para participar de uma temporada de shows que a artista apresentava no teatro do espaço cultural Centro da Terra, localizado em São Paulo.
A intenção inicial era simplesmente misturar os repertórios de cada artista, proporcionando ao público uma experiência única com as obras de ambos. No entanto, o destino musical tinha outros planos. Miklos levou para esses encontros composições inéditas que havia desenvolvido em um momento particularmente delicado de sua vida.
Ele próprio relata a dificuldade em encontrar uma forma de expressar esse material: “Eu tinha um material muito melancólico e não sabia como dar vazão a esse cancioneiro”. A melancolia e a introspecção dessas criações aguardavam o toque certo para florescerem.
Da Melancolia à Colaboração Vibrante
Foi na interação e no processo de lapidação com Papisa que essas músicas encontraram seu caminho. A sensibilidade e a expertise de Rita Oliva foram cruciais para dar voz e forma a esse material. O resultado é uma parceria vibrante que transformou a melancolia inicial em arte potente e acessível.
A primeira faixa, “Maremoto”, é um rock com um clima inegavelmente oitentista, remetendo às raízes de Miklos, mas com a energia renovada da colaboração. A segunda, “São paisagens, novas descobertas”, é uma balada que explora nuances e emoções, mostrando a versatilidade da dupla e a capacidade de transitar entre diferentes estilos musicais.
A gravação das músicas reflete a profundidade da parceria. Miklos e Papisa se alternaram nos toques dos instrumentos, criando uma textura sonora rica e orgânica. Para completar a banda, a dupla contou com a adesão de Charles Tixier, que trouxe sua maestria na bateria, percussão e teclados, adicionando camadas e complexidade às composições.
Um detalhe que certamente fará os fãs de rock brasileiro vibrarem é o instrumento utilizado por Paulo Miklos na gravação de “Maremoto”. O baixo que ele empunhou é o mesmo instrumento usado há exatos 41 anos no registro de “Sonífera ilha”. Essa canção, um clássico absoluto de Branco Mello, Marcelo Fromer, Tony Bellotto, Carlos Barmack e Ciro Pessoa (1984), foi um dos maiores sucessos do primeiro álbum da banda Titãs.
Essa escolha não é apenas um tributo, mas uma ponte entre passado e presente, conectando a energia atemporal de Miklos com a inovação de Papisa. É um elo que reforça a longevidade e a relevância de sua obra, mostrando que, mesmo com um olhar para o futuro, as raízes permanecem vivas e inspiradoras.
A parceria entre Paulo Miklos e Papisa é um testemunho do poder transformador da música e da colaboração artística. Este single duplo não só oferece um vislumbre do talento individual de cada artista, mas também pavimenta o caminho para o aguardado álbum solo de Miklos em 2026. Os ouvintes podem esperar uma jornada musical rica em emoções, com a promessa de novas paisagens sonoras e descobertas.
Com “Maremoto” e “São paisagens, novas descobertas”, a dupla entrega um trabalho que é ao mesmo tempo nostálgico e vanguardista. Uma prévia empolgante do que está por vir e uma celebração da arte de criar e se reinventar no cenário da música brasileira.
