Skunk Anansie e Rush: A Influência Inesperada que Conquistou a Banda

A paixão de um músico pela arte de outra banda muitas vezes se manifesta de formas surpreendentes. Para Ace, o talentoso guitarrista do Skunk Anansie, a relação com o lendário trio canadense Rush foi, desde a adolescência, uma fonte de inspiração profunda e duradoura. Uma influência que, inesperadamente, transcenderia sua jornada pessoal e contagiaria toda a sua banda décadas depois, criando um momento coletivo inesquecível a bordo de um ônibus de turnê.

A história de Ace com Rush começou em meados dos anos 80, quando ele tinha apenas 12 ou 13 anos. Era a era da New Wave of British Heavy Metal (NWOBHM), e Ace estava começando a dedilhar seus primeiros acordes. Foi nesse período que o icônico álbum Moving Pictures do Rush foi lançado, marcando um ponto de virada para o jovem guitarrista. “Eu comprei, e me apaixonei instantaneamente por Tom Sawyer; depois me envolvi com Limelight, mas eu realmente amei o álbum inteiro”, ele relembra.

A Jornada Musical de Ace com Rush

Moving Pictures representou uma nova fase para o Rush, com influências que remetiam ao The Police, oferecendo uma sonoridade mais acessível. Curioso para explorar a discografia da banda, Ace mergulhou fundo. Ele buscou álbuns anteriores, descobrindo joias como A Farewell To Kings, que ele considera incrível pela presença da épica ‘Xanadu’, uma “peça clássica de trabalho”.

Em seguida, veio Fly By Night, um álbum que ele amou profundamente. “Minha música favorita nele é In The End. É um álbum muito cru”, comenta Ace, mostrando sua apreciação pela diversidade sonora do Rush. Depois, ele chegou a 2112, o disco que muitos consideravam “a epopeia, a obra-prima que todos estavam ouvindo”, consolidando ainda mais seu fascínio pela banda.

A exploração continuou com os álbuns ao vivo. All The World’s A Stage pode ter sido o primeiro disco ao vivo que Ace adquiriu, seguido por Exit… Stage Left, que ele descreve como “o álbum ao vivo de boa sonoridade”. Após revisitar os primórdios da banda com o primeiro álbum e Caress Of Steel, Ace solidificou o que ele chama de sua “era de ouro para o Rush”, uma fase de descobertas e imersão total.

A Jornada Musical de Ace com Rush

Mais do que Técnica: Composição e Narrativa

Apesar de sua admiração, Ace confessa que tocar as complexas músicas do Rush era um desafio avassalador em seus anos de aprendizado na guitarra. “Quando eu estava aprendendo a tocar guitarra, Rush era simplesmente muito difícil”, ele admite. Por isso, ele se voltou para bandas como Black Sabbath, AC/DC e Motörhead, cujos riffs eram mais acessíveis para um iniciante.

No entanto, a verdadeira lição do Rush para Ace não estava apenas na técnica virtuosística, mas sim na arte da criação musical. “Mas Rush me ensinou sobre composição e narrativa”, ele enfatiza. A estrutura das músicas, a forma como as histórias eram contadas através dos instrumentos e vocais, tudo isso deixou uma marca profunda.

Ele percebeu que as músicas de Moving Pictures, que não eram excessivamente longas, influenciaram sua própria abordagem como músico. A busca por “coisas cativantes com sons incríveis, muito bem gravadas e muito bem tocadas” tornou-se parte de sua psique. Essas lições fundamentais moldaram sua sensibilidade musical de uma forma única e duradoura. A paixão era tanta que a irmã da namorada de seu irmão bordou o famoso logotipo da estrela do Rush em sua jaqueta jeans, ocupando toda a parte de trás – um símbolo de sua dedicação juvenil.

Rush Une o Skunk Anansie: Um Momento Inesperado

Anos depois, a influência do Rush transcenderia o âmbito pessoal de Ace e alcançaria seus companheiros de banda no Skunk Anansie. O resto do grupo não tinha muito conhecimento sobre o Rush até que o documentário Beyond The Lighted Stage foi lançado enquanto eles estavam em turnê. Ace viu a oportunidade perfeita para compartilhar sua paixão.

“Eu disse, ‘Se vocês querem assistir a um ótimo filme, assistam a este!’”, conta Ace. O que se seguiu foi um momento mágico e inesperado: todos assistiram ao documentário juntos no ônibus da turnê, e a reação foi unânime. “Todo mundo adorou – tivemos um momento Rush coletivo”, ele descreve, ressaltando a conexão instantânea que a música e a história da banda canadense geraram entre eles.

O impacto foi tão grande que a vocalista do Skunk Anansie, Skin, foi além. “Nossa cantora, Skin, saiu e comprou todo o catálogo de álbuns deles!” A revelação de Ace demonstra o poder transformador de um bom documentário e, claro, da música atemporal do Rush. É um testemunho da capacidade da arte de tocar as pessoas, independentemente de seus estilos musicais preferidos.

Ace, com sua franqueza característica, resume sua visão sobre o legado da banda: “Eu não gosto de todos os álbuns deles, mas certamente não desgosto de nenhum.” Essa declaração encapsula o respeito e a admiração que ele, e agora o Skunk Anansie, nutrem pelo trabalho diversificado e inovador do Rush. Um legado que continua a inspirar e a unir músicos e fãs em todo o mundo, provando que a boa música não tem fronteiras nem barreiras.

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