Queen, banda icônica do rock, sempre teve uma aura peculiar. Apesar do talento inegável e da energia contagiante de Freddie Mercury, uma certa artificialidade, um quê de teatralidade, permeou sua trajetória. Essa característica, talvez, explica sua estranha ligação com o mundo dos musicais da Broadway e o surpreendente envolvimento de Robert De Niro em um deles.
De Niro e a “We Will Rock You”: Uma Parceria Inesperada
We Will Rock You, o musical baseado nas músicas da Queen, é um exemplo emblemático dessa tendência. Embora criticamente massacrado, o espetáculo se tornou um sucesso de bilheteria, correndo por anos nos palcos do West End. Mas sua história guarda uma curiosidade intrigante: a participação de Robert De Niro, uma figura improvável nesse universo. Antes da versão final, com a direção criativa de Ben Elton, a produção teve o envolvimento da Tribeca Productions, a empresa de produção de De Niro. A princípio, o projeto tomaria um rumo bem diferente, possivelmente um filme biográfico sobre Mercury, mas a ideia de uma trama de ficção científica, inspirada em Matrix, acabou prevalecendo.
De Niro e a Era das “Chances”: Mais do que Apenas um Investimento
A participação de De Niro na empreitada não se limitou a um mero investimento. Ele chegou a cogitar escrever um roteiro para uma adaptação cinematográfica do musical. Embora essa ideia não tenha saído do papel, ela ilustra o nível de envolvimento do ator com o projeto. A década de 1990 e o início dos anos 2000 foram um período de grande atividade para De Niro, que aceitou papéis em filmes de qualidade variável, buscando recursos para financiar seus empreendimentos na Tribeca. We Will Rock You se encaixa nessa fase, uma tentativa de diversificar as atividades da empresa, explorando o mercado teatral. Sua presença na comemoração do décimo aniversário do musical, em 2012, ao lado de Brian May e Roger Taylor, reforça seu comprometimento com a produção.
Um Interesse Musical Inesperado?
De Niro sempre foi discreto sobre suas preferências musicais. Embora tenha demonstrado admiração pela obra da Queen em algumas entrevistas, ele nunca se apresentou como um fã fervoroso de música popular. Sua relação com o mundo musical parece mais ligada a oportunidades de negócio do que a uma paixão genuína. A canção “Robert De Niro’s Waiting”, da banda Bananarama, ilustra a admiração e curiosidade que a persona de De Niro sempre despertou, uma aura de mistério que transcende o cinema. O próprio ator se mostra enigmático quando o assunto é música, citando nomes como Paul McCartney, Taylor Swift e Sabrina Carpenter, como artistas que admira.
A Confluência de Mundos: Queen, De Niro e o Teatro Musical
A parceria entre Robert De Niro e a Queen em We Will Rock You representa um encontro de mundos distintos. Uma banda de rock que sempre teve um toque teatral em sua música e um ator que buscava expandir seus negócios. O resultado foi um musical, talvez não tão aclamado pela crítica, mas um sucesso de público que demonstra a força da música da Queen e a capacidade de De Niro de se envolver em projetos inusitados. A história dessa união peculiar, certamente, fica para a posteridade como um caso singular na história da música e do cinema.
A Busca de Novos Horizontes: Para além do Cinema
A incursão de De Niro no universo do teatro musical, ainda que ligada a uma estratégia de negócios, ilustra a versatilidade do ator e a busca constante por novos desafios e horizontes criativos. Essa postura, aliada à sua imagem icônica e a popularidade da banda Queen, tornou a produção ainda mais memorável, mesmo com críticas negativas de alguns críticos. A experiência demonstra que a linha entre arte e negócios, especialmente no entretenimento, nem sempre é clara e que grandes colaborações podem surgir das mais inesperadas alianças.
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