O falecimento de Ozzy Osbourne, o lendário frontman do Black Sabbath e “Príncipe das Trevas”, em 22 de julho de 2025, aos 76 anos, desencadeou uma onda de tristeza e homenagens por todo o mundo da música. Entre os muitos tributos que surgiram, um particularmente significativo veio da banda sueca de rock Ghost, que dedicou seu concerto no icônico Madison Square Garden, em Nova York, ao ícone do heavy metal. Esta homenagem não foi apenas um gesto de respeito, mas uma profunda reflexão sobre o impacto paradoxal de Osbourne: um artista que, apesar de sua persona sombria, iluminou a vida de milhões.
Uma Homenagem Sincera no Coração de Nova York
A Ghost, em sua “Skeletour”, realizou um show esgotado na famosa arena de Nova York, poucas horas após o anúncio da morte de Ozzy. O momento era de luto e, ao mesmo tempo, de celebração da vida e do legado de um artista que transcendeu o gênero. Notavelmente, Papa V Perpetua, um dos personagens centrais do Ghost, já havia participado do show de despedida do Black Sabbath, “Back to the Beginning”, que ocorreu em 5 de julho. Essa conexão prévia adicionou uma camada de intimidade à homenagem da banda, mostrando que seu respeito por Ozzy era de longa data e pessoal.
Antes de tocar sua sétima música da noite, ‘The Future is a Foreign Land’, a banda Ghost se dirigiu à multidão, com o Papa V Perpetua proferindo palavras que tocaram a todos: “Boa noite, Nova York! Como vocês estão? É um daqueles dias. Vamos dedicar o show de hoje à memória da vida e do riso de Ozzy Osbourne“. A menção ao “riso” de Ozzy, o contraste com a seriedade do momento, sublinhou a complexidade da personalidade de Osbourne, que, conforme Alice Cooper também observou, era tanto o “príncipe das trevas” quanto o “bobo da corte”.
A resposta da plateia foi imediata e comovente. Um “grande coro com o nome de Osbourne cantado vigorosamente de volta a eles” ecoou pela arena, demonstrando a conexão profunda que os fãs tinham com o lendário vocalista. Ghost então continuou, com uma reflexão poderosa sobre o legado de Ozzy: “Por ser O Príncipe das Trevas, ele certamente nos deu muita luz. Então, vamos aproveitar isso esta noite e levá-lo adiante através de um tempo de escuridão…“. Esta declaração encapsula perfeitamente a essência da homenagem do Ghost: reconhecer que a energia e a inspiração de Ozzy, mesmo em sua partida, serviriam como um guia através do luto. O heavy metal, muitas vezes associado à escuridão, é, na verdade, uma fonte de força e catarse para seus devotos, e Ozzy Osbourne foi a personificação dessa dualidade.
Um Legado Que Brilha Além da Escuridão
Durante o mesmo show de despedida em Birmingham, “Back to the Beginning”, que reuniu a formação original do Black Sabbath pela primeira vez em mais de 20 anos, Papa V Perpetua já havia demonstrado seu respeito por Ozzy ao fazer um cover de ‘Bark at the Moon’ de Ozzy Osbourne. Ele comandou as dezenas de milhares de fãs de heavy metal com a declaração icônica: “Vocês vão latir para mim, Birmingham?“. Essa performance, anterior à morte de Ozzy, já era um prenúncio do profundo impacto que Osbourne tinha sobre a nova geração de artistas e uma forma de honrar o legado do Madman.
A Ghost, após o concerto, compartilhou um clipe da dedicação nas redes sociais, permitindo que o mundo testemunhasse a “pura energia e amor na sala”. Este gesto digital amplificou a mensagem da banda, alcançando ainda mais fãs e reforçando o coro de homenagens que se espalhava pelo mundo.
A notícia do falecimento de Ozzy foi anunciada por meio de uma declaração de sua família em 22 de julho. A declaração começou com a mesma frase carregada de tristeza que se tornaria familiar: “É com mais tristeza do que meras palavras podem transmitir que temos que informar que nosso amado Ozzy Osbourne faleceu esta manhã”. A família, ao pedir privacidade, optou por não divulgar a causa da morte.
Muitos outros músicos prestaram tributo ao ícone de diversas maneiras. Entre eles, destaca-se a comovente mensagem de seu companheiro de banda, Tony Iommi, que escreveu online: “Eu simplesmente não consigo acreditar! Meu querido amigo Ozzy faleceu apenas algumas semanas após nosso show em Villa Park. É uma notícia tão desoladora que eu realmente não consigo encontrar as palavras, nunca haverá outro como ele. Geezer, Bill e eu perdemos nosso irmão. Meus pensamentos estão com Sharon e toda a família Osbourne. Descanse em paz, Oz”. Esta declaração, repleta de dor e carinho fraterno, sublinha a profunda conexão que Ozzy tinha com seus companheiros de Black Sabbath, uma banda que ele ajudou a fundar e que mudou o curso da história da música.
A homenagem da Ghost em Madison Square Garden, com sua mistura de respeito solene e a canalização da energia de Ozzy para “levar adiante através de um tempo de escuridão”, serve como um testemunho duradouro do impacto multifacetado de Ozzy Osbourne. Ele era, de fato, o “Príncipe das Trevas”, que, ironicamente, trouxe uma quantidade imensa de luz e inspiração para o mundo do rock e além. Sua capacidade de evocar emoções intensas, tanto em sua música quanto em sua persona, é um legado que continuará a resplandecer, guiando artistas e fãs por muitas gerações vindouras. A dedicação da Ghost não foi apenas um adeus, mas uma promessa de que a luz de Ozzy continuará a brilhar.
