Para os fãs da música, Mick Jagger e Keith Richards, vocalista e guitarrista dos Rolling Stones, respectivamente, formam uma das duplas mais emblemáticas da história da música. Seu talento combinado trouxe uma ousadia e energia vibrante aos sons da banda. No entanto, por trás do brilhantismo musical e do sucesso, a relação entre Jagger e Richards nem sempre foi fácil. Em meados dos anos 80, as tensões entre os dois atingiram seu auge, e Mick Jagger quase abandonou os Rolling Stones para sempre.
O Início do Conflito
Após a conclusão do álbum “Undercover” em 1983, Jagger começou a compor material para seu primeiro álbum solo. Enquanto trabalhava no projeto, ele foi apoiado por uma série de amigos da indústria musical e começou a gravar em maio de 1984. Esse álbum resultou em “She’s the Boss”, com participações de músicos renomados, como Pete Townshend, Jeff Beck e Herbie Hancock, além da coprodução de Nile Rodgers e Bill Laswell.
No entanto, essa decisão de Jagger de buscar uma carreira solo não foi bem recebida por Keith Richards. Richards ficou furioso ao descobrir que seu antigo amigo estava trabalhando em seu próprio projeto em vez de priorizar a banda. A situação se agravou ainda mais quando Jagger assinou um contrato solo de três álbuns com a Columbia Records, sem sequer informar seus colegas de banda.
Rolling Stones: O conflito de poder e rivalidade entre Mick Jagger e Keith Richards
Além das diferenças musicais e prioridades conflitantes, Keith Richards havia recentemente superado seu vício em heroína e estava mais envolvido nas decisões da banda. Isso incomodou Jagger, que se sentiu desconfortável com sua autoridade sendo desafiada por Richards, que agora estava sóbrio. Os desentendimentos entre eles evoluíram para uma rivalidade conhecida como a “Terceira Guerra Mundial”, e havia uma crescente preocupação de que a saída de Jagger da banda pudesse significar seu fim.
De acordo com a autobiografia de Richards, intitulada “Vida”, o relacionamento entre ele e Jagger estava no fundo do poço durante a gravação do álbum “Dirty Work” dos Rolling Stones em 1986. Jagger se recusou a fazer uma turnê para apoiar o álbum, o que levou a críticas de Richards. Jagger defendeu sua decisão, afirmando que precisava explorar seu lado artístico além dos Rolling Stones. Ele expressou sua paixão pela banda, mas também ressaltou que não poderia ser a única coisa em sua vida após tantos anos de dedicação.
Carreiras solo e uma nova perspectiva
Em 1987, Jagger lançou seu segundo trabalho solo, “Primitive Cool”, embora não tenha alcançado o mesmo sucesso de sua estreia. Enquanto isso, Keith Richards lançou seu primeiro álbum solo, “Talk is Cheap”, alimentando ainda mais especulações sobre um possível fim dos Rolling Stones.
Jagger deu declarações à revista Q em 1987 que sugeriam um desrespeito pelo futuro da banda, evitando falar abertamente sobre o que havia acontecido entre ele e os outros membros. Ele expressou sua exasperação com as pressões e expectativas em torno dos Rolling Stones, destacando que as pessoas exigiam que ele mantivesse intactas suas memórias juvenis, mesmo que isso implicasse sacrifícios pessoais significativos.
A reconciliação de Mick Jgger e o retorno triunfante dos Rolling Stones
Felizmente, logo após Jagger insinuar que os Rolling Stones estavam chegando ao fim, as coisas começaram a melhorar. Em 1989, a banda foi introduzida no Hall da Fama do Rock and Roll, o que, juntamente com os desafios enfrentados em suas carreiras solo, contribuiu para uma reconciliação entre os membros. A banda então lançou o álbum “Steel Wheels”, que foi aclamado pela crítica e marcou um retorno triunfante.
A relação tumultuada entre Mick Jagger e Keith Richards quase levou ao fim dos Rolling Stones. Os desafios pessoais, a rivalidade e as prioridades conflitantes testaram a estabilidade da banda. No entanto, eles conseguiram superar suas diferenças e permanecer juntos, provando que sua química criativa e legado musical eram mais fortes do que as discordâncias. Os Rolling Stones continuaram a trilhar seu caminho, encantando audiências em todo o mundo. A banda portanto, permanece como uma das maiores bandas de rock de todos os tempos.